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28/04/2025
Café agora é status, seja impossível de ser ignorado, quando o silêncio fala mais alto e to keep you interesting.

marketing sem uma palavra
bom dia. no marketing, há momentos em que o silêncio não é ausência de comunicação, mas a forma mais alta dela. a teoria da atenção mostra que marcas que sabem respeitar o timing cultural deixam de disputar visibilidade e passam a construir legitimidade — algo que campanhas, por si só, não compram.
uma fonte de inspiração para os seus conteúdos, estratégia e uma pitada de insights para sua marca. 💭
COMPORTAMENTAL
Café agora é status
Durante séculos, o café foi um commodity milenar: básico, funcional, movido pela necessidade — e não pelo desejo. De meados do século XV até o XX, tomar café era apenas isso: uma dose de energia para aguentar o dia.
Mas, com a evolução da cultura de consumo e a valorização crescente da identidade pessoal, o café passou por um rebranding silencioso. Essa virada começou em duas grandes ondas:
🌊 A segunda onda (anos 70–90) — deu ao café um novo papel social. Liderada por marcas como Starbucks, transformou o café de um simples produto funcional para uma experiência cultural. O ato de tomar café passou a envolver pausas, encontros e identidade social. O cardápio se expandiu — surgiram lattes, cappuccinos, macchiatos — e a cafeteria virou um terceiro lugar.
🌊 A terceira onda (anos 2000 em diante) — aprofundou a transformação do café, colocando o grão como protagonista. Mais do que saber de onde vem o café — algo historicamente conhecido —, o diferencial foi transformar a origem em credencial cultural — como entender de vinhos, mas de forma mais democrática. Além disso, ela também abriu caminho para novos formatos de consumo — mais acessível, lifestyle e ready-to-drink.

🌊 E então veio a Gen Z. Aka the fourth wave.
Quando essa geração começou a consumir café, o jogo já tinha mudado — e, claro, eles mudaram ainda mais.

Trouxeram o colorido, o doce e o divertido.
Personalizaram o café como quem monta um look: latte de marshmallow tostado, espuma de cold foam, matcha lavanda. (ex: Chamberlain Coffee, de Emma Chamberlain).
Dissolveram a fronteira entre funcionalidade e prazer: mesclaram o café à lógica das "bebidas gostosas".
Adoçaram o ritual. Flexibilizaram o consumo. Reescreveram a estética do que significa “gostar de café”.
E impulsionaram mudanças estruturais:
A popularização dos leites alternativos (aveia, amêndoa, soja) — a ponto dos coffee shops eliminarem a cobrança extra.
A ascensão do little treat culture (entenda aqui) — onde um café não é só uma bebida, mas um agrado emocional, uma forma de socializar sem o custo (e a formalidade) de um jantar fora, e uma maneira de dizer ao mundo quem você é — sem precisar dizer nada.
⭐ Com tudo isso, o café deixou de ser apenas parte da rotina — e passou a ocupar um novo lugar: o de símbolo silencioso de status, estilo de vida e pertencimento.
Ele já não é mais só sobre energia para começar o dia. É sobre:
✨ Um ritual de pausa.
✨ Uma forma de autocuidado.
✨ Uma expressão — e até uma medida de quão cool você é.
Essa transformação criou novas comunidades ao redor do café. Gente que não bebe café só para acordar — mas para fazer parte de uma história que diz algo sobre quem se é.

Será este o fim do café como commodity? Conta aqui para a gente o que você acha.
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COFFEE TALK
Como se tornar impossível de ser ignorado pelo seu consumidor
Tem algo acontecendo no mundo da Publicidade: Campanhas já não entregam os mesmos resultados de negócio de antigamente. Basta ligar a TV e assistir a um break comercial para perceber que as coisas não são mais como eram antes.
Cadê o humor? Cadê a emoção? Onde foram parar os comerciais que a gente realmente gostava de ver?

Corta para um campo verde, com um grupo de vaquinhas pastando, tranquilas. A cena foi testada pela System1, empresa que mede o engajamento emocional com publicidade.
Resultado? O vídeo das vacas superou em performance praticamente metade de todos os anúncios veiculados na TV.
Sim: vacas. Pastando. Superando comerciais milionários.
O que aconteceu com a publicidade?
As últimas duas décadas foram especialmente duras para a eficácia do marketing. O estudo “Crisis in Creative Effectiveness”, de Peter Field, mostrou que até campanhas premiadas por criatividade estão perdendo força em gerar impacto de negócio.

Entre as causas: redução do budget médio de campanhas, foco em resultados de curto-prazo, e maior alocação da verba em ativação de vendas, em oposição à construção de marca.
Mas não é só isso: Uma outra pista aparece na pesquisa de Orlando Wood, no livro Look Out. Ele analisou quase 30 anos de comerciais de TV no Reino Unido e encontrou quais os elementos mais comumente presentes nos filmes de maior e de menor atenção e engajamento emocional.
E descobriu algo curioso: o gráfico abaixo 👇🏻 mostra que justamente os elementos mais eficazes em comunicação vêm sendo deixados de lado — e os que menos engajam, cada vez mais usados.

Por algum motivo, hoje vemos:
Monólogos ou voice-over, ao invés de diálogo e interação entre personagens
Cortes rápidos, em vez de histórias que se desenvolvem
Trilhas rítmicas, ao invés de trilha sonora melódica.
Estamos vivendo vidas aceleradas, guiadas por ciclos de dopamina. Conteúdos curtos, efêmeros e imediatos. No marketing, é a era do foco no curto prazo. Isso tem gerado anúncios com mais dificuldade de gerar engajamento emocional e efeitos duradouros em marca e negócio.
👉🏻 Anúncios altamente ignoráveis.
É hora de falar sobre algo que as pessoas realmente se importam. De usar emoção, drama, humor… Storytelling. Em tempos de IA, o diferencial não vai ser mais automação. Vai ser aquilo que não se automatiza: o fator humano.
Essa reflexão foi feita pelo Marcos Malagris — que não só entende de marcas, mas entende de gente. Com formação em Marketing e Psicologia Cognitivo- Comportamental, ele já passou por agências, liderou Media Intelligence no marketing da Coca-Cola e hoje comanda o time de pesquisa LATAM na System1.
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TRENDING NOW
Há silêncios que precisam ser ditos

Toda marca deseja estar em alta: ser falada, reconhecida, comprada. This is the dream — custe o que custar. É por isso que essa newsletter existe. É por isso que milhares de negócios existem. É para isso que centenas de pessoas trabalham todos os dias.
👉🏻 Nessa lógica, é natural que marcas queiram surfar nas manchetes que movimentam o mundo. Foi assim, aliás, que muitas campanhas icônicas nasceram.
Acontece que, na semana passada, um dos acontecimentos mais relevantes da década aconteceu: a morte do Papa Francisco. Mas dessa vez, diante desse momento, algo raro aconteceu: o silêncio.
Independente da sua crença ou religião, dos nichos que você acompanha ou do que você pensa sobre essa figura: você não viu, e nem verá, nenhuma marca tentando se associar a esse momento. Do crente ao ateu, assim como Francisco respeitou todas as religiões e culturas, todas as instituições respeitaram sua partida.
O barulho veio de outro lugar: do interesse genuíno das pessoas. Desde sua morte:
🔍 As buscas por “Papa Francisco” cresceram 10x, e as por “Conclave” no Google triplicaram. O filme Conclave disparou 283%, com quase 7 milhões de minutos assistidos.
⛪ Já o filme Dois Papas subiu 417%.
📱 Sem falar nas milhares de homenagens espontâneas no TikTok.
Voltando ao começo: marcas passam anos buscando atenção, tentando se encaixar no espírito do tempo. Mas a força de instituições como a Igreja Católica revela outro tipo de poder: o de inspirar movimentos que não precisam ser convocados — eles simplesmente acontecem.
👉🏻 Enquanto o Vaticano se prepara para escrever mais um capítulo dessa história, fica o insight: as narrativas que atravessam gerações não são aquelas que gritam para serem ouvidas — são aquelas que, enraizadas na cultura e na humanidade, fazem o mundo inteiro silenciar para escutá-las.
🌳 Grandes narrativas precisam ter raízes, solenidade e consistência. E, acima de tudo, devem ser humanas.
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TO KEEP YOU INTERESTING
Hot corner
🧠 Esse novo formato de vlog, narrado por inteligência artificial, está mudando a forma como a gente consome histórias.
🎓 Esse evento promete te deixar mais inteligente em apenas 12 horas.
🚀 Essas duas marcas estão virando o jogo nas suas categorias: skincare para os dentes e café de luxo.
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BYTES TO BITE
Um giro pelas últimas campanhas de destaque
🏦 Anitta não fica mais roxa de vontade. A cantora, ex-embaixadora do Nubank, agora é parceira do Mercado Pago, e estrelou essa campanha ousada alfinetando o banco roxinho.
💇🏻♀️ Um produto anti-frizz e uma garota propaganda famosa pelo frizz. Foi isso que a Tresemmé fez, ao comunicar Maria Bethânia e Sabrina Sato na mesma campanha. Tá demais!
🍕Você compra uma pizza congelada, mas só vem a caixa. Essa foi a iniciativa da Pizza Hut em alguns supermercados, buscando afirmar que só trabalham com produtos frescos.
🌞 Corona compra a primeira reserva solar da história. A marca comprou um lote pé na areia que ficará vago, impedindo que uma construção suba e gere sombra para os banhistas da praia.
📚 The New Yorker celebra 100 anos — e faz isso com um filme que exibe 700 capas históricas ao som de Rhapsody in Blue. Reafirmando que, em um mundo de ruído e superficialidade, ainda existe espaço para profundidade, pensamento crítico e cultura de verdade.
⛳ Enquanto todo mundo aposta no tênis, Jimmy Choo mira no golf. A marca se uniu à Malbon Golf para lançar uma coleção que mistura alta performance esportiva com o glamour das passarelas. Será que o golf vai ser o próximo esporte do momento?
🍿 Será que toda marca criada por uma Kardashian já nasce sucesso? Agora é a vez da Khloé testar esse poder com seu novo lançamento: uma marca de pipoca proteica.
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TRENDING TOPICS OF THE YEAR
Marcas precisam seguir a cultura 🔥
Para sempre ficarmos de olho nos principais assuntos abordados, deixamos aqui os que ficaram mais em alta segundo o Google Trends nesta última semana (top 5):
Papa Francisco ✝️
Onça-pintada (acontecimento) 🐆
CONMEBOL (campeonato de futebol) ⚽
Dia das Mães 💐
Terra (planeta) 🌎
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Before 👋🏻 coisas que você precisa saber
🍝 Essa é pra você que sempre erra o ponto do macarrão: a Barrilla tem uma playlist que dura o exato tempo de cocção de cada uma das suas massas.
🎧 O brasileiro passa, em média, 2,5 horas por dia no Spotify. Pois é, as marcas entenderam isso e estão criando campanhas criativas pra falar com o público por lá. Veja as melhores de 2024 aqui.
🔁 Monoflow. Você sabe o que é isso? Dica: ele não é boring, mas é repetitivo. Descubra mais aqui sobre esse novo vocabulário do marketing digital.
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