
O que o seu gosto diz sobre a sua inteligência?
bom dia. no marketing, ou nas decisões do dia a dia, o gosto é o que filtra o excesso de informação. é ele que faz a curadoria do que você consome, acredita e compartilha.
por isso, bom gosto não é sobre estética, é sobre discernimento. e discernimento, hoje, é uma das formas mais raras de inteligência.
ah, e lembre-se: em um mundo onde tudo é mensurável, “se os dados não batem com a sua intuição, questione a pergunta.” porque talvez o que chamamos de bom gosto seja justamente isso, a coragem de questionar e de confiar na própria intuição quando tudo parece copiável.
uma fonte de inspiração para os seus conteúdos, estratégia e uma pitada de insights para sua marca. 💭
POLL OF THE WEEK
Outubro é mês de planejamento pra 2026. Todo mundo tem uma aposta sobre o que vai ser o grande tema do marketing no ano que vem. Vote e veja o que outras marcas estão apostando 👀.
Qual é a sua hot take? 👇
Conte o porquê e, na semana que vem, vamos compartilhar a resposta e os melhores comentários!
(Continue rolando para ver os resultados do poll da semana passada)
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Agora você também pode nos escutar, clique aqui.
RESUMO DA SEMANA
Hot takes pelo 🌎
▶️ O live stream vai virar mainstream? A Twitch, que cresceu com seu maior público formado por gamers, agora está se expandindo, e virando um dos principais espaços de presença entre creators. E o mais interessante: muita gente da música está indo pra lá. Não pra lançar uma nova faixa, mas pra engajar e interagir com a sua comunidade. A última pessoa a fazer esse movimento foi Justin Bieber na semana passada. Ele disse que agora vai fazer live todos os dias — mostrando o dia a dia com os amigos e trabalho. Um movimento que reafirma a saída das lives do universo do futebol e dos jogos online, e as leva pro cotidiano. Porque o “ao vivo” devolve o que a internet tinha perdido: a espontaneidade.
🚗 Uber quer transformar motoristas em microtrabalhadores da IA. A Uber lançou nos EUA as “digital tasks”, uma nova forma de renda dentro do app em que motoristas ganham dinheiro realizando microtarefas de dados — como enviar cardápios ou gravar áudios para treinar modelos de IA. Por trás da novidade, surge a “uberização da inteligência artificial”: assim como a Scale AI atrai bilhões com rotulagem humana, a Uber percebeu que pode transformar o tempo ocioso de 9 milhões de motoristas em força de trabalho digital.
🎶 O que é Group 7? A tendência que tá dominando o TikTok nasceu quando Sophia James, ex-American Idol, levou mais uma multa de estacionamento e decidiu que precisava viralizar pra pagar as dívidas. Então postou sete vídeos iguais pra promover sua música, e o sétimo explodiu. Em minutos, “Group 7” virou um símbolo de pertencimento. As pessoas começaram a se sentir parte da jornada dela. O termo virou status, meme e comunidade. Marcas como Pizza Hut, Fenty Beauty e Hyundai entraram na onda com descontos e piadas internas. O takeaway? Em 2025, as pessoas não querem só assistir, estão procurando lugares para fazer parte.
☕ Como uma coffee shop de US$ 500 mi está tomando conta da indústria. A Blank Street Coffee nasceu em 2020, em um carrinho no Brooklyn, e virou a marca de café que a Gen Z realmente quer. Enquanto gigantes como Starbucks investem em expansão, a Blank Street apostou em marca. Eles ouviram a Gen Z, criaram uma estética premium e minimalista e investiram em cultura e comunidade. Hoje, 62% das pessoas dizem que a Blank Street está on trend (vs. 38% da Starbucks) e 44% se veem representadas pela marca (vs. 28%). A tese? Challenger brands vencem quando investem em brand. (Se aprofunde).
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BIG STORY
WTF is bom gosto e, por que ele é a nova inteligência

Você tem bom gosto? Acredito que todo mundo, em algum momento da vida, já se perguntou isso. Certo? E talvez antigamente essa pergunta não tivesse tanta importância. Mas hoje… nunca foi tão relevante.
🗯️ Pensa com a gente: estamos vivendo o auge da informação, onde todo mundo tem acesso às mesmas ideias, referências e conteúdos. A internet realmente democratizou o conhecimento, e com a chegada da IA, dá pra dizer que o saber deixou de ser um diferencial.
Ou seja, o que nos resta? Ter bom gosto. Ter bom gosto é saber o que consumir.
Mas o que isso significa na prática?
Bom gosto é um conceito peculiar. Principalmente no mundo moderno, onde está muito fácil copiar tudo. Os algoritmos transformaram o gosto em algo quase previsível e repetitivo, te empurrando tendências e referências o tempo inteiro.
Hoje, você pode entrar no perfil de alguém que admira, clicar num ShopMyLink e copiar o guarda-roupa, a rotina e até o feed inteiro. Então, o que de fato é ter bom gosto, quando é tão fácil só copiar o gosto de alguém?
A verdade é que gosto não pode ser comprado ou replicado.
“True taste is stubbornly individualistic.”
Ele revela coisas sobre você que só fazem sentido pra você, e pra mais ninguém. Por quê? Porque bom gosto se desenvolve com conhecimento daquilo que te interessa.
Paul Graham já dizia que ele é igual à escrita ou à pintura: quanto mais você cria, mais afina o olhar pro que é forte e o que não é. Você erra, ajusta, erra de novo, até desenvolver um modelo mental de qualidade que poucos conseguem explicar, mas todos sentem. Ele nasce do treino.
Por exemplo: Picasso viveu 33.403 dias. Produziu 26.075 obras. Uma por dia, por 71 anos. Seu gosto não veio de inspiração, mas da prática. Da repetição.
No fim, bom gosto é conhecimento. E consequentemente, uma nova forma de medir inteligência.
Mas então por que tanta gente se sente excluída dele?
Ao contrário do que muitos podem pensar, não é porque ele seja elitista, é porque o gosto genuíno dá trabalho. Exige mergulhar, não só olhar a superfície. É entender contexto, história, textura, forma e intenção.
É como reconhecer uma saia vintage da Prada em um brechó: pra maioria, é só mais uma saia preta. Mas quem estudou os cortes e memorizou as coleções reconhece na hora.
E é o mesmo processo de quando você lê um livro denso de literatura na faculdade, no começo parece indecifrável. Mas depois de semanas de estudo, ele começa a fazer sentido.
💡O gosto funciona assim: quanto mais você entende, mais seu olhar se educa.
Mas só o bom gosto não basta
O sucesso ainda depende de tempo, produto, execução, capital e timing.
Facebook nunca venceu por estética. Crocs nunca precisou ser “cool”. Mesmo Apple, símbolo máximo de design, só prosperou porque entregou um produto funcional.
“Taste is a refinement layer. A beautiful idea with no execution is just a Pinterest board.”
O gosto não substitui o trabalho, ele o refina.
Por isso, gosto é como disciplina
No fim, não é sobre exclusividade, é sobre esforço.
É respeitar o tempo e a profundidade necessários pra desenvolver conhecimento real.
É resistir a fazer só o conteúdo viral, que muitas vezes perde o propósito original e reforça a previsibilidade do algoritmo.
É seguir sua intuição e curiosidade, não a validação dos outros.
É escolher com consciência o que você veste, lê e escuta.
💡Porque bom gosto não vem de gostar de coisas. Vem de não gostar de algumas, e saber exatamente por quê.
E mesmo vale para as marcas: bom gosto virou um ativo estratégico. Porque o gosto é, no fim, uma forma de curadoria. Saber o que escolher — o que mostrar, o que deixar de fora, o que realmente representa o que você acredita.
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TREND TO WATCH
O app de namoro mais bombado da China
Bom, você deve ter pensado em algo no seu telefone, ou no máximo em um site. Mas o app de namoro mais quente da China não tem algoritmo, nem assinatura premium. Ele é um parque.
Mas como assim? A gente tá falando dos parques das cidades chinesas, onde aposentados usam mercados de casamento para encontrar parceiros para seus filhos adultos.

(Fonte: WSJ)
É como um app offline, com perfis impressos que trazem — igual você vê no Bumble ou no Tinder — dados como altura, idade, profissão e até alguns itens considerados tabus no Ocidente, como peso, renda, se os pais têm pensão ou não, e requisitos físicos do tipo “não muito gordinha” ou “sem tatuagem”.
Tudo impresso e exposto em guarda-chuvas abertos no meio do parque, enquanto pais e mães circulam procurando o “match” perfeito pros seus filhos. (Check Out).
💡Por trás disso, há um contexto preocupante: os casamentos na China caíram 21% no último ano, atingindo o menor número da história. Com a população encolhendo, pais estão cada vez mais em pânico, e dispostos a assumir o papel de cupido.
Mas esse movimento revela algo ainda maior: um cansaço global com o amor gamificado.
💔 Love is down

(Fonte: The Economist)
Nos Estados Unidos e na Europa, o match perdeu o seu borogodó.
O tempo médio gasto por dia em apps caiu de 100 minutos para 51 minutos em 10 anos.
Os downloads globais despencaram de 287 milhões em 2020 para 237 milhões em 2024.
E o número de usuários ativos dos seis maiores apps fora da China também vem caindo. O cansaço é real.
E talvez, ironicamente, a experiência mais nova em 2025 seja o oposto: voltar ao mundo offline. Nem que seja um match arranjado pela sua mãe em um parque.
E a gente já tem visto isso pelo mundo, se você pensar.
Eventos como o Thursday, que só funciona às quintas e promove encontros presenciais, já cresceram em mais de 30 cidades. Clubes de corrida, aulas de culinária e eventos sociais tiveram um aumento de 42% de participação entre 2022 e 2023. E até bares que proíbem o uso de telefones (check out).
O comportamento maior aponta pra um desejo de reconexão física num mundo que ficou digital demais.
O futuro do dating (e das marcas)
Enquanto o setor tenta reagir com inteligência artificial e segmentação.
O Bumble quer virar uma “empresa de conexões”, não só de namoro.
E o Match Group aposta em nichos — seus sub-apps já crescem 17% ao ano.
Podemos estar olhando para um futuro que não seja só high-tech, e sim high-touch.
🗯️ Porque as marcas correram pra dominar o digital, mas, no caminho, esqueceram o que as tornava humanas. E talvez as que vão se destacar sejam justamente aquelas que conseguem ser digitais, e, ainda assim, permitir que as pessoas sintam sua presença.
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BYTES TO BITE
Um giro pelas últimas campanhas de destaque
🍺 A embalagem dessa cerveja esconde um segredo. A marca de cerveja Beak lançou uma lata em colaboração com uma editora de livros: quando você puxa o rótulo, isso aqui acontece.
🎒 “Back to School with Diorling by Baby Dior.” Esse comercial de volta às aulas da Dior com foco nas rotinas das crianças está demais.
🤯 Onde está sua cabeça? É a pergunta dessa campanha da Bienal de São Paulo, que representa cabeças flutuantes por SP por uma direção de arte fantástica.
🥃 Johnnie Walker + Sabrina Carpenter. Nessa campanha, casaram a key message do álbum da artista "Man's Best Friend” com o estereótipo de whiskey ser uma bebida masculina.
💻 Great ideas start on Mac. O novo filme da Apple remete o “flicker” do app de notas ao batimento cardíaco.
🍟 O Mc “roubou” suas próprias franquias estrangeiras. Nessa ação do Mc UK, alguns itens inusitados de cardápios ao redor do mundo estarão disponíveis no país, e pra isso, foi preciso essa “máfia", risos.
TRENDING NOW
UM TERMO
Já reparou que o ícone do app do telefone usa um telefone antigo ao invés de um smartphone? Isso se chama Skeuomorphs. Entenda aqui.
UMA NOVELA
Vale tudo. Veja aqui as marcas que mais ficaram nas nossas cabeça, e o curioso papel do “hate watching”, a técnica que ajudou a transformar a novela em um sucesso.
UM APP
Instagram para os corredores. O Runbuds é o app que quer reinventar o ato de correr, tirando o peso da performance e colocando o foco na amizade. Check out.
UMA SACADA
Se diferenciar não tá fácil, mas a Vivo fez parecer simples. Sua nova flagship é um café, com Doce Aquarella, livros da Livraria da Vila e arte.
UM PLAYBOOK
7 hábitos das marcas disruptivas que as tradicionais deveriam copiar. Confira aqui.
UM TOOL
Do lado de cá piramos no Nano Banano, até descobrirmos essa ferramenta aqui. 🤯
ANOTA ESSA

Quando Nizan Guanaes abriu a DM9 em São Paulo, seu primeiro ato foi genial: publicou um anúncio em alguns veículos estratégicos com os dizeres:
“Entregue a sua conta para Olivetto. Seu concorrente vai precisar da gente.” No fim da página, estavam apenas dois telefones: o da DM9 e o da W/Brasil.
Nizan sabia que não podia competir com o peixe grande, mas ao invés de esconder ou refutar, fez o oposto, assumiu isso publicamente, com ousadia e inteligência.
A lição é simples (e eterna): sempre existirão concorrentes maiores que você. A diferença está em como você escolhe jogar, usar isso a seu favor ou ser engolido por eles.
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LAST WEEK POLL RESULT:
Todo mundo vai virar um grupo? Marcas e creatores estão se tornando ecossistema. Cada vez mais, nomes e marcas estão verticalizando. Mas será que essa é a jogada certa?
61,29% aponta quem é uma boa jogada, mas exige maturidade Vs. 11% diz ser overrated.
“Diversificar negócios é uma ótima estratégia (assim como o "quem matou" da Globo). Porém, se não estiver alinhado com a estratégia da empresa e com maturidade de negócios, pode gerar falta de foco e falta de resultado. ”
“Um produto não se mantém se o público não for engajado, podendo levar ao fracasso e até a perda de valor do criador. ”
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