
o que você perguntaria ao CEO do Rock in Rio?
bom dia. o de hoje vem diferente. não é um novo aprendizado imediato, é um convite.
no dia 08/12, vamos fazer a terceira edição do the talks, um encontro pequeno, presencial, com um grupo selecionado de convidados. nessa edição vamos receber Luis Justo, CEO do Rock in Rio, para falar sobre como se constrói um dos maiores ecossistemas de eventos e experiências.
é você, um microfone e uma sala só de gente bacana do mercado. nós, por aqui, temos 5 convites para distribui para vocês. se quiser ser uma dessas cinco pessoas, é só se inscrever aqui. esperamos te ver em breve.
uma fonte de inspiração para os seus conteúdos, estratégia e uma pitada de insights para sua marca. 💭
POLL OF THE WEEK
New trend alert: Prediction market. Uma plataforma onde pessoas podem apostar dinheiro em resultados de eventos futuro, de eleições a cultura pop. (se aprofunde)
Semana passada a TIME lançou o seu próprio prediction market, em parceria com a Galactic, para transformar notícias em experiências interativas onde os leitores podem prever e participar dos acontecimentos.
O que você acha sobre isso?
Conte o porquê e, na semana que vem, vamos compartilhar a resposta e os melhores comentários!
(Continue rolando para ver os resultados do poll da semana passada)
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Agora você também pode nos escutar, clique aqui.
RESUMO DA SEMANA
Hot takes pelo 🌎
😜 “Tira todo o budget de marketing dele pra ver quão bom ele é.” Você já deve ter ouvido essa frase… e ela funciona. Claro — ajuda muito se você for o Timothée Chalamet, né? O homem simplesmente postou esse vídeo aqui lo-fi, simulando uma call no Zoom, zero produção, ideias absurdas… pra divulgar o novo filme dele, Marty Supreme. O resultado? 10 M de views no Instagram + mais 4 M em outras plataformas. A estratégia? Trailers são esperados, mas não são naturalmente compartilháveis. A real viralidade vem de entender formatos nativos da internet, não de estourar o orçamento.
🔎 Yahoo is back? Sim, você leu certo. O Yahoo!, ainda tem bilhões em receita, uma audiência gigantesca e ocupa posições de liderança em categorias que você provavelmente nem sabia. Mas ele ficou esquecidos nos últimos anos. E pra reconstruir esse legado, criou o Creative Lab, um hub que entrou limpando suas redes socais e recomeçando do zero como se fosse uma página de meme. O primeiro post dessa nova era? Um galo fazendo o “yodeling”, aquele grito clássico do Yahoo, e que, obviamente, viralizou. Os comentários, que antes eram só “Yahoo ainda existe??”, viraram “eu amo que isso é da Yahoo” — crescimento de mais de 800%. São vídeos como esse aqui e collabs como essa aqui que nos fazem dizer que eles entenderam a linguagem da internet.
👭 Comunidade virou o novo algoritmo. Esse artigo traz uma reflexão sobre como, durante anos, todo mundo criou pra agradar o algoritmo. Só que cada vez mais quem decide o que importa não é ele, são as pessoas. A lógica antes era conteúdo → algoritmo → pessoas; agora é pessoas → engajamento → e o algoritmo corre atrás da comunidade. E o papel do marketing passa a ser construir pertencimento, rituais e participação — baixando barreiras pra que a comunidade queira criar junto e, assim, gerar a energia que o algoritmo não consegue ignorar. Exemplos que provam isso? CazéTV, IShowSpeed, Skibidi Toilet.
🍸 A Gen Z nunca foi fã de vinho, mas essa marca caminha pra um exit de US$ 700 M. A BeatBox entendeu que: categorias não definem comportamento; cultura, sim. Enquanto o consumo de vinho despenca nos EUA, a marca caminha para se comprada pela AB InBev porque executou, com precisão, o behavioral playbook da Gen Z. A estratégia combina múltiplas microtendências em uma única proposta: embalagem sustentável, preço acessível, estética maximalista, energia de festival, baixa caloria, sabor doce, comunidade forte e distribuição exatamente onde os jovens estão: shows, conveniência e postos. Enquanto o mercado via a queda do vinho, a BeatBox simplesmente reposicionou a categoria. (Leia mais aqui.)
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BIG STORY
Billboards na Times Sqaure não funcionam
Here's why.

Se você já foi pra Nova York, provavelmente passou pela Times Square meio assim: olhando pra cima, meio perdido, meio hipnotizado e tentando entender por que tem gente fantasiada de Elmo te cobrando US$ 5 por um abraço.
Parece um parque temático de estímulos. Luz, barulho, turista, foto. Zero rotina. Zero normalidade. E é justamente por isso que aquele outdoor gigante não funciona para anúncios do jeito que você poderia achar que funciona.
Pensa com a gente: Quando você esteve lá, ou se não esteve, é só olhar para a imagem acima 👆🏻, você realmente prestou atenção em algum dos milhares de anúncios? Conseguiu lembrar de uma marca, uma frase, um logo? Difícil, né? Agora imagina alguém lembrar justo do seu — no segundo exato em que passa.
A chance é mínima. Especialmente porque ninguém, fica lá tempo suficiente pra isso.
Mesmo assim, você já viu essa história dezenas de vezes: uma startup levanta US$ 20 milhões, quer “mostrar que chegou lá” e taca US$ 50 mil num outdoor por um dia.
Performa? Quase nunca. Gente nova conhece a marca? Pouquíssimas.
Então por que essas marcas continuam fazendo isso? Porque existe uma suposição errada: achar que Times Square é um canal de atenção. Ele não é. Mas pode ser um excelente canal de distribuição.
O insight: não são as pessoas na rua que importam. São os shares.
Isso parece contraintuitivo, mas é a verdade: Se você já tentou atravessar Times Square você sabe: ninguém ali está “disponível”. O valor real de um billboard naquela selva de LED vem de uma única ação: alguém tirar uma foto e postar.
Quando isso acontece, aquele outdoor vira uma peça de mídia que chega exatamente no público certo — muito mais certeiro do que qualquer turista perdido.
E aí vem a pergunta óbvia: como fazer alguém querer tirar foto do seu billboard? Simples: você coloca elas no billboard. Não você.
Alguns exemplos:
Fiverr fez isso com freelancers reais.
Bumble fez isso com 112 usuários contando suas histórias.
Stripe em vez de falar de “pagamentos”, colocou clientes, como Instacart, nele.

E esse é um dos nossos cases favoritos: Loops.
Ela é uma pequena startup de email marketing que criou um site convidando startups (seu público-alvo) a enviarem seus logos para “aparecer na Times Square”.

Alugaram um billboard por algumas horas (Custo: US$ 2.000). Rotacionaram todos os logos que eles receberam.
E mais importante, contrataram um fotógrafo para tirar fotos de todas as telas. O truque foi postar cada uma delas nas redes sociais.

Não só eles, mas as marcas também não perderam a oportunidade de dizer que estiveram em um lugar tão icônico, por onde mais de meio milhão de pessoas passam todos os dias.
O resultado? Eles criaram relacionamento com centenas de leads qualificados, onde o primeiro contato da marca com a Loops foi um email de gratidão. Esse CPL? baixíssimo.
Essa estratégia tem até nome: billboard arbitrage.
Porque você compra uma mídia considerada “fraca” por US$ 2k–5k e transforma numa mídia “forte” que custaria mais de US$ 20k para gerar o mesmo alcance. Uma arbitragem de 95%.
OBS: Aqui estamos nos referindo a uma estratégia especifica de billboards na Times Square — um espaço com fluxo enorme de pessoas, mas com baixíssimo share de atenção e altíssima saturação visual, onde as marcas normalmente aparecem por uns 15s e por poucos dias, se isso.
Como qualquer marca pode copiar isso?
Escolha um “alvo”: Clientes, creators, funcionários, parceiros, leads.
Crie um OOH que elogie ou destaque essas pessoas.
Compre janelas curtas (não precisa campanha longa).
Contrate fotógrafo — obrigatório. Sem foto = sem prova = sem share.
Deixe eles fazerem o marketing. Envie as fotos antes. Eles vão postar.
Se eles não postarem… poste você. “Não acredito que vi @fulano em Times Square!”.
No fim, você ganha dezenas de “embaixadores” gratuitos — e sinceros.
The Key Takeaway?
Fazer um ad na Times Square — do jeito tradicional, por algumas horas, com logo + tagline — não costuma funcionar. Se torna caro, genérico e desaparece no meio de tantos outros.
Mas existe esse hack: em vez de dizer “olhem pra mim”, as marcas inteligentes dizem “olhem pra vocês”.
As pessoas fazem o resto. E isso vale pra qualquer mídia paga que você está rodando agora, inclusive o anúncio que você deve ter impulsionado ontem no Instagram.
Porque quando sua marca fala sobre você, ela compete com diversas outras.
Mas se ela fala sobre pessoas, ela ganha milhares com você.
Hoje, pessoas querem participar, co-criar e se ver refletidas nas marcas que consomem. E esse é um caminho eficiente, humano e escalável para fazer isso acontecer. Você continua no controle — escolhendo quais clientes, quais histórias e quais mensagens destacar — mas são as pessoas que ocupam o lugar de protagonismo.
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AROUND THE WORLD: JAPAN EDITION
O Japão está reinventando o varejo?

Sempre trazemos por aqui referências internacionais, e é automático olhar para os US. Eles são trendsetters e quase tudo acontece lá antes de chegar aqui.
Mas o eixo Nova York–Los Angeles não é o único lugar que podemos aprender com. Existe um mundão por aí. Hoje, vamos para o Japão.
E começaremos por uma obsessão japonesa que existe há mais de 100 anos — e que está voltando ao radar global com força…
As vending machines
Imagine Tóquio no início do século XX: ruas estreitas, casinhas de madeira, comerciantes tradicionais…
Muito antes das máquinas automáticas modernas, o Japão já operava um sistema chamado mujin hanbai — “venda sem pessoas”.


O exemplo mais famoso é o okigusuri.
Um farmacêutico deixava uma caixa de remédios completa na sua casa. Meses depois, voltava, e você pagava só pelo que usou.
Sem nota fiscal. Sem vigilância. Só confiança.
Esse ritual, repetido por séculos, construiu um dos pilares da cultura japonesa: a ideia de que transações podem existir sem fricção, sem supervisão e com responsabilidade mútua. Isso foi o pontapé pro início das vendings machines.
As primeiras patentes surgiram no Ocidente no século XIX. O Japão olhou, adaptou e… fez do jeito japonês.
1888: Takashichi Tawaraya registra a primeira vending machine japonesa (tabaco).
1904: surge a primeira máquina produzida no país (selos e cartões postais).
Décadas seguintes: tabaco, leite, saquê, doces — alguns tocavam jingles para crianças.

Mas a explosão veio no pós-guerra, impulsionado por três movimentos:
Remintagem das moedas — mais padronizadas → menos fraude.
Coca-Cola invade o mercado — instala milhares de máquinas por ano.
Regulamentações rígidas de higiene e segurança — confiança institucional.
O resultado? Uma das infraestruturas de varejo mais eficientes, limpas e confiáveis do planeta.
Hoje, o Japão tem 1 vending machine para cada 30 habitantes.
É impossível andar por Tóquio e não cruzar com elas. Mas, mais do que notar a densidade, é entender o que isso revela sobre o comportamento. Por que elas existem com tanta força aqui — e não nos EUA, que também amam conveniência?
Mão de obra cara e escassa: Queda na taxa de natalidade + população envelhecida + zero imigração = automação deixa de ser tendência e vira necessidade. É por isso que o Japão tem a maior densidade de robôs industriais por trabalhador do mundo.
População densa + imóveis caríssimos. O país é 80% montanha — sobra pouco espaço urbano. Abrir loja custa caro. Instalar máquinas não.
Baixíssima criminalidade: O risco operacional é mínimo.
Fascinação cultural por automatização: O Japão ama a ideia de “tecnologia que funciona sem te incomodar”.
Mas elas são mais do que funcionais — são um espelho da alma japonesa. Aqui, tudo pode virar produto de vending machine. E o mais interessante: elas mudam conforme o bairro.
Lá você ver desde de ramen fresco, insetos, bebidas, wagy, trufas brancas, carne de baleia…

Suco de laranja espremido na hora

E pesquisando, vimos algumas pessoas chamando a Pocari Sweat de sua bebida favorita de compras nas maquininhas. Ela é tipo uma Liquid I.V. japonesa. Foi criada por uma empresa farmacêutica, quando um funcionário, com gastroenterite, viu um médico beber solução de soro intravenoso para se reidratar. Ele pensou: “Por que isso não existe na forma de uma bebida?”. Dito e feito.
Nenhum outro país do mundo cria vending machines como extensão da paisagem cultural. E agora elas estão virando mídia, varejo e experiência de marca.
O Japão transformou vending machines em plataformas:
reconhecimento facial para personalizar recomendações
precificação dinâmica por clima, tráfego e humor
estoque inteligente (máquina avisa o fornecedor e monta a rota de reposição)
gamificação (máquinas que funcionam como gacha: você compra sem saber o que vem)
experiências (máquinas que preparam suco espremido na hora).
O que podemos aprender com o Japão?
Para nos o takeaway, não é sobre máquinas, mas sobre varejo e decisões humanas.
Enquanto o varejo brasileiro depende de grandes lojas e infraestrutura, o Japão aposta em distribuição inteligente e pontos de acesso pequenos. As vending machines resolvem o excesso de opções com curadoria, dão autonomia ao consumidor e transformam o varejo em mídia. Isso revela o conceito de “microinfras”: presença distribuída, eficiente e modular, sem depender de loja física tradicional.
No fim, não sabemos se o Japão está criando o futuro do varejo, e se é quemas sabemos que ele está ensinando, na prática, o que um varejo inteligente poderia ser.
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BYTES TO BITE
Um giro pelas últimas campanhas de destaque
✈️ A Qatar Airways enfiou dois criadores dentro de um voo de 15h… só pra ver se eles conseguiam fazer um ad em tempo real. A ideia? Mostrar na prática que a nova internet Starlink onboard dos seus voos não é “boa”, é absurda. Assista aqui.
🎄 Hering apostou zero no Natal importado, e 100% em Brasilidade. A marca chamou Bruna Marquezine e Seu Jorge para reimaginar O Descobridor dos Sete Mares, do Tim Maia.
🍜 O “Soup Shop” para corredores. Em Guangzhou, a Nike abriu uma barraquinha de sopa herbal para corredores. A lógica: correu 3km? Ganha uma tigela. Super cute!
🎅🏻 A Ralph Lauren construiu uma mini cidade natalina. Mais uma marca entendendo que, em 2025, o diferencial é fazer as pessoas sentirem. Veja aqui.
🚗 Ser lembrada não basta. A Ford acaba de lançar sua 1ª campanha global em mais de 15 anos por necessidade estratégica. Os dados contam a história: Awareness alto (85%), mas Consideration travado em 30% e Preference em apenas 9%. Ou seja: todo mundo conhece a Ford, mas pouca gente escolhe uma Ford.
💸 As melhores empresas vendem tempo. A Robinhood agora entrega dinheiro vivo na porta da sua casa. A sacada não é a nota em si: é devolver os 30 minutos que você perderia achando um caixa eletrônico.
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TRENDING NOW
UM NOVELA
O seu nome pode ter sido escolhido… por causa de uma novela. Descubra qual aqui. No fim, o que passa na TV molda nossa cultura, e, às vezes, até o nosso RG.
UMA INSPIRAÇÃO
YouTube quer virar… mensageiro? Depois de matar os DMs lá em 2019, a plataforma resolveu reviver a função, só que by invite only.
UMA APOSTA
2026 é o ano das experiências físicas. E o MasterChef já entrou nesse movimento anunciando o seu primeiro restaurante oficial no BR.
UM APP
O BeReal está de volta? Essa é a nova campanha que eles estão rodando em NYC.
UM PODCAST
Esse episódio da Codie Sanchez com o Gary V, o cara que não só prevê tendências digitais, mas cria elas.
UMA COLLAB
Essa aqui entre a Pixar e a Aston Martin. Lembrando que o novo filme, Toy Story 5, lança em junho de 2026.
ANOTA ESSA FOR CREATORES
Seja você uma marca-creator ou uma creator-marca. Essas são algumas editorias de conteúdo que todos podem se inspirar.

O CAVA, fast-food queridinho dos EUA, criou seu próprio dating show: a host faz perguntas para dois participantes que só se conhecem ali, em seguida cada um monta o bowl perfeito para o outro. Divertido, simples e 100% alinhado ao produto. (Veja aqui)
A Converse seguiu pela mesma linha com o programa “Chuckmates”, apresentado pela Amelia Dimoldenberg. Ela entrevista o convidado e, no fim, apresenta possíveis pares que combinam com seu “perfil”. (Veja aqui).
A Bratz entregou um filme animado que te joga no universo deles… dentro do Instagram. É storytelling pensado para social, com estética, ritmo e narrativa exatamente do jeitinho que a Gen Z consome. (Veja aqui).
E claro: estagiários estão virando trend (mas lembre-se, o the news did it first, risos). Um dos melhores exemplos é o vídeo da Millie Bobby Brown vivendo um dia como estag da Vogue. Com a nova temporada de Stranger Things chegando, foi o timming ideal. Vale a pena assitir aqui.
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LAST WEEK POLL RESULT:
Qual a sua opinião sobre o TikTok Shop no Brasil?
40% diz que “tem potencial, mas arriscado se virar só vendas e perder o foco de conteúdo” e 32% diz que “parece a nova Shien”.
“Venda por venda a Amazon e Mercado Livre tem muito mais confiança. Tem que conseguir equilibrar as coisas. É um saco ficar vendo feed só com vendas, e isso pode esvaziar a rede (aconteceu com Facebook)”.
“Claro que tem um volume de vendas e compras com o appeal do valor mas eu vejo que existem creators entregando bons conteúdos com os produtos vinculados e as pessoas não aceitam coisas ruins por mais que o valor seja baixo. Vamos acompanhar os próximos movimentos.”
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até segunda-feira que vem, byeeeeee! 👋🏻

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