
Alô, Virgínia, me ajuda a esquecer essa menina…
bom dia. hoje vamos ver um case de uma das maiores marcas pessoais do Brasil, Virginia Fonseca. mas, antes disso, segue uma curiosidade dos early days do marketing de influência.
você sabia que, antes da publi virar contrato, existia um marketplace chamado PayPerPost? ele pagava entre US$ 5 e US$ 20 para blogueiros escreverem posts patrocinados — sem briefing.
foi uma das primeiras vezes em que a influência ganhou preço. e também serviu como um gatilho pra que governos, a partir de 2009, começassem a criar regras para creators.
uma fonte de inspiração para os seus conteúdos, estratégia e uma pitada de insights para sua marca. 💭
POLL OF THE WEEK
Estávamos relembrando alguns dos rebrandings que mais deram o que falar em 2025.
Na sua opinião, qual foi o pior rebranding do ano?
Veja alguns outros rebranding aqui.
Conte o porquê e, na semana que vem, vamos compartilhar a resposta e os melhores comentários!
(Continue rolando para ver os resultados do poll da semana passada)
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Agora você também pode nos escutar, clique aqui.
RESUMO DA SEMANA
Hot takes pelo 🌎
📺 Os trailers estão indo para o TikTok. Pela primeira vez, o TikTok virou o palco de lançamento de um trailer de cinema. Durante um dia inteiro, todo mundo que abria o app — nos EUA e em mais 12 países era impactado pelo trailer de Supergirl. É o sinal de que os estúdios estão aprendendo a jogar com as regras da economia da atenção. Esse é um exemplo claro disso. Outro é a A24, que vem desafiando o modelo tradicional ao levar o cinema para onde a atenção realmente começa — e no formato em que ela acontece. Confira um exemplo aqui e aqui.
🤑 Quem compra o TikTok? A plataforma fechou um acordo para vender parte do seu negócio no US e evitar o banimento no país. Para isso, será criada uma nova empresa exclusiva do TikTok US, estruturada como uma joint venture. Nessa nova estrutura, 45% ficará com três investidores principais — Oracle, Silver Lake e MGX. A ByteDance mantém 19,9%, e o restante dividido entre investidores antigos e novos. Além disso, o algoritmo do TikTok nos EUA será re-treinado com dados americanos, com o objetivo de garantir que o feed não sofra influência externa.
🏃🏻 Nike, Adidas, On Running, Hoka, ASICS. Bandit Running. Entre gigantes globais disputando o território da corrida, uma marca pequena está ganhando espaço. Sua estratégia passa por pouca mídia paga e 100% comunidade — a marca se embutiu nos clubes de corrida (ex: Brooklyn Track Club); conteúdo documental, não publicitário; e membership como estratégia, fazendo os membros gastarem 3,2x mais e se tornarem o principal canal de aquisição.
🚨 Trend alert: subscribe your intimacy. Pessoas nos EUA já gastam mais no OnlyFans do que no New York Times e no ChatGPT somados. Isso diz muito menos sobre pornografia, e muito mais sobre carência de conexão individual. E vai além do consumo: 36% dos adultos da Gen Z dizem que já consideraram postar conteúdo em plataformas como o OnlyFans. No fim, o OnlyFans escancara que a economia da atenção está virando uma economia da intimidade. Quem conseguir criar relações, e não só mensagens, vai capturar mais valor.
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BIG STORY
Alô, Virgínia, me ajuda a esquecer essa menina…
Você provavelmente já escutou essa música e ela não sai da sua cabeça. Mas, por trás dessa repetição, podemos nos perguntar: como Virgínia Fonseca construiu um nível de relevância capaz de fazer qualquer coisa com seu nome bombar?
Vamos dar uma olhada na sua história…
A trajetória da Virgínia começa cedo. Aos 17 anos, ela cria um canal no YouTube para compartilhar a própria vida. Nada muito produzido, nada muito pensado como “marca”. Nos early days, o conteúdo era simples: playlists de funk, rotina, conversa direta.

No terceiro vídeo, o canal já batia 100 mil inscritos. Não havia uma estratégia sofisticada ali. O que existia era: baixa produção e alta cadência.
A virada de chave vem com o Instagram. É ali que ela acerta em um dos pontos mais estruturais da Creator Economy: formato.
A Vivibora transforma o Instagram em um fluxo contínuo da própria vida. Casa, maternidade, humor, bastidores, cansaço, brigas, reconciliações, dias bons e ruins. Não há pausa.
Aqui o paralelo com Kim Kardashian é inevitável. Kim fez o mesmo só que na TV. Virgínia faz nos stories. Em ambos os casos, o que sustenta a audiência não é o evento extraordinário, mas o acompanhamento do ordinário.
Os territórios que Virgínia escolhe não são aleatórios: maternidade, humor, beleza e bastidores da rotina. São temas que criam identificação emocional e, mais importante, permitem recorrência. O público não “descobre” a Virgínia, ele convive com ela. A proximidade vem do detalhe: responder stories, mostrar o improviso, errar em público.

Um erro comum ao analisar criadores é tratar a vida pessoal como distração. No caso da Virgínia, ela é o próprio negócio.
Outro ponto: a Creator Economy, relações são mídia.
Relacionamentos ampliam alcance, conectam públicos adjacentes e funcionam como pontes culturais. Zé Felipe conecta música e sertanejo. Vini Jr. adiciona esporte, cultura e atenção internacional. Assim como Kim Kardashian se reposiciona culturalmente ao se associar a Kanye West, Virgínia entende cedo que relacionamento também é distribuição.


Next up: polêmicas
No caso de Virgínia — assim como no de Kim — a polêmica não cria relevância do zero. Mas multiplica o alcance de quem já tem presença e narrativa. A CPI das Bets rompe a bolha do entretenimento e leva seu nome ao centro do debate nacional. Assim como seus problemas amorosos. O julgamento vem depois. Primeiro vem a atenção. E quem tem base consegue absorver o pico sem desaparecer.
O ponto de inflexão acontece quando a atenção vira produto.
Em 2021 nasce a WePink, uma perfumaria que entra como extensão natural da convivência que ela já mantinha com a audiência. É o mesmo princípio que sustenta marcas como a Skims, da Kim Kardashian: o produto não precisa ser explicado quando a relação já existe. Ele entra porque faz sentido naquele contexto de vida.

Os números ajudam a dimensionar:
O perfume One Touch que ela lançou esgotou em 4 horas
R$ 17,4 milhões faturados em 3 meses
Em cerca de 2 anos, a empresa já ultrapassa R$ 370 milhões
Só em live marketing, cerca de R$ 59 milhões em vendas
No fim, a Virgínia entendeu algo antes de virar consenso: as redes sociais são a nova televisão. O brasileiro sempre amou reality show. A Virgínia só trouxe esse formato de uma forma mais próxima e para o dispositivo com mais tempo de tela no país: o celular.
O que ela construiu não é só uma carreira de influência. É um playbook de marca pessoal, onde frequência cria familiaridade, intimidade vira canal e o produto nasce dentro da relação — não depois dela. E assim, com mais de 53 milhões de seguidores, empresária se tornou a terceira mulher brasileira mais seguida na plataforma.
The playbook
1️⃣ Comece pequeno, mas apareça todos os dias.
2️⃣ Encontre o formato certo, que permita constância.
3️⃣ Depois de achar, vem a disciplina: frequência obsessiva.
4️⃣ Escolha territórios fixos para gerar previsibilidade emocional.
5️⃣ Trate intimidade como canal, não como efeito colateral.
6️⃣ Entenda relações (pessoas ou marcas) como catalisadores de alcance.
7️⃣ Estruturado o sistema, procure o buzz.
8️⃣ Produto entra como extensão da vida — em território já dominado.
9️⃣ Venda acontece em formatos orgânicos e real: conteúdo próximo, live commerce, live events…
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BYTES TO BITE
Um giro pelas últimas campanhas de destaque
✈️ A Delta trouxe o Josh Hutcherson como rosto da campanha do Delta One Lounge. A estratégia foi social-first e usou um meme viral antigo do ator dentro da cena. Veja só.
👶🏻 A pior, ou a melhor, campanha que você já viu? Dezembro é o mês de pico da temporada de concepção. A Nanint, uma plataforma de monitoramento para bebês, resolveu se divertir com esse dado e criou um videoclipe dedicado a pais exaustos. Garante risadas.
🧡 Itaú vai de silêncio. Num mundo em que toda marca quer gritar para disputar atenção, o Itaú escolhe desacelerar — com uma campanha sem falas, que prova que presença, às vezes, comunica mais do que barulho. Vale assistir.
🍎 O Natal viral do Intermarché. A campanha do supermercado conquistou o mundo com dois minutos de animação e uma boa história — simples, humana e sem IA.
🚕 Taxi ads estão de volta. A United Airlines retomou os anúncios no topo dos táxis de NYC mostrando, em tempo real, quanto leva para chegar em Newark e JFK.
🗞️ Esse foi o anúncio que a Cleartrip (tipo um Booking.com) levou para o Economic Times. O insight? As pessoas não querem mais datas no calendário, querem mais vida entre elas.
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TRENDING NOW
UMA NOVIDADE
O Instagram acaba de lançar um app para TVs que permite assistir Reels direto na tela grande.
UMA PRAÇA
Batatinha do Méqui na neve? ❄️🍟 Conheça o McSki. Às vezes, não é sobre criar um novo produto, mas mudar o cenário.
UMA TENDÊNCIA
Pessoas assistiram a 700 milhões de horas de podcasts no YouTube pela TV em outubro.
UMA MARCA
Tarte Cosmetics. Com a editoria de conteúdo Tarte Island, a marca entrega exatamente o que a gente ama: formato de reality show + tom aspiracional. Há boatos de uma ida pra TV com Hulu.
UM FORMATO
Microsoap. É o novo formato de conteúdo da P&G: uma série de microdrama com 50 episódios, que estreia nas redes sociais e depois ganha app próprio.
UM ESTUDO
Acabou de sair o novo relatório do consumidor 2026. De Creator Economy a GLP-1, de política à saúde, ele mapeia os temas que devem moldar o consumo nos próximos anos. Veja aqui.
ANOTA ESSA
A primeira marca do mundo

A Underwood Deviled Ham foi a primeira marca registrada oficialmente nos Estados Unidos, em 1870. Contamos mais sobre ela aqui.
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LAST WEEK POLL RESULT:
Quem assume o papel de ser a nova televisão.
52.87% 🤷♂️ Ninguém — a TV fragmentou e nunca mais será uma coisa só e 22.22% aponta o YouTube.
“A audiência está muito fragmentada, e com tantas opções, será impossível um único meio atender a 100% dos interesses de todos.”
“Com toda certeza esse lugar é o YouTube e eu te explico o porquê! A televisão sempre foi aquele momento de descontração e diversão, sentar na frente do sofá e assistir desde bom dia & companhia ao jornal nacional! E mesmo com a a grande procura em séries e filmes, a plataforma mais buscada para almoçar e jantar (momentos de descontração), ainda é o YouTube! O YouTube deixou de ser entretenimento e se tornou parte da rotina, sendo assim, ele deixa de ser uma plataforma apenas para entretenimento e se torna parte da rotina. E tudo que vira rotina, vira hábito, que vira uma cultura (quase como um ritual diário). A recorrência é insana.”
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