
o contexto matou o conteúdo
bom dia. conteúdo em si só mostra onde sua peça se posiciona; já o contexto revela onde sua marca realmente existe. e é justamente nessa diferença que mora o perigo de olhar só para engajamento. Likes, curtidas, comentários — tudo isso pode ser uma ilusão: afinal, 90% dos usuários só observam em silêncio (90-9-1 Principle).
o que realmente diferencia uma marca não é repetir o manual do algoritmo, mas quebrá-lo. é sair do conforto das métricas de vaidade, fazer pesquisa de verdade, ouvir o que não aparece no feed e transformar esses insights em algo que quebre o padrão. porque quem cria a anomalia vira referência.
uma fonte de inspiração para os seus conteúdos, estratégia e uma pitada de insights para sua marca. 💭
POLL OF THE WEEK
Qual é o futuro das agências de publicidade? Um estudo WFA + MediaSense mostrou que apenas 11% das marcas acreditam que o modelo atual de agência serve para o futuro.
O que você acha?
Conte o porquê e, na semana que vem, vamos compartilhar a resposta e os melhores comentários!
(Continue rolando para ver os resultados do poll da semana passada)
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RESUMO DA SEMANA
Hot takes pelo 🌎
🧴 Quem é Salish Matter? Uma adolescente de 15 anos que transformou o lançamento da sua marca de skincare em New Jersey em um evento com 87 mil pessoas — quando só 1.200 haviam confirmado presença. Co-criada com um conselho de meninas da Gen Alpha, a marca surfou na tendência das Sephora Kids e nasceu da audiência, para a audiência. Check out.
🎦 YouTube quer ser o sistema operacional do criador. Neste evento aqui, a plataforma comunicou mais de 30 novas ferramentas: de testes A/B de título e thumbnail a IA que sugere ideias de vídeo, além de anúncios dinâmicos, lives com minigames e highlights automáticos.
🍣 Nike + Sushi: collab inesperada (ou desesperada?). Depois de ver suas ações caírem quase 40% nos últimos anos, a Nike tem apostando em collabs para mudar isso — foram mais de 10 só em 2025. A mais recente foi com o Sushi Club, marca ligada ao DNA do Nobu — sofisticação japonesa aplicada ao streetwear. Check out.
✯ Tudo que vira status… dá certo? Foi assim com as tiny tattoos: um rabisco delicado, antes visto como rebeldia, virou sinal de sofisticação. Hoje, pagar US$ 100 por um traço mínimo na pele é mostrar que você tem renda disponível, cultura de referência e está “in the know”. DICA → Na escola, quem era popular ditava o que era legal; no mercado, é igual. Seu consumidor não compra só a função, ele compra o que isso comunica sobre ele.
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BIG STORY
WTF is the hype por trás de The Summer I Turned Pretty?

Uma série sobre uma adolescente confusa e seu triângulo amoroso com dois irmãos não parece novidade. Tanto que Walter Boys, lançada no mesmo período com a mesma storyline, não parou o mundo. Então o que fez duas histórias tão parecidas terem destinos tão diferentes?
Um breve recap dos números:
- A terceira, e última, temporada estreou com 25 milhões de espectadores globais, um aumento de 40% sobre a anterior.
- Nas redes sociais, só a hashtag oficial ultrapassou 13,5 bilhões de views no TikTok.
- E no offline, bares em cidades como Divinópolis (MG) lotaram para assistir ao episódio final.
Mas o explica esse hype?
🌸🧠 NOSTALGIA: A série foi vendida como teen, mas quem mais se conectou foram mulheres de 25 a 40 anos. Não pela trama em si, mas pela sensação de revisitar a própria adolescência: férias de verão, paixões mal resolvidas, dilemas que parecem enormes e que hoje soam ingênuos.
📺👯 EXPERIÊNCIA COLETIVA: Ao lançar episódios semanais, a Prime transformou uma história mediana em ritual. Todo mundo assistia, comentava e levantava teorias juntos. Já Walter Boys, lançada em estilo “binge”, não gerou esse mesmo ritual coletivo.
🎤✨ A VOZ DE UMA GERAÇÃO: Mais de 20 músicas da Taylor Swift costuram a série como trilha não oficial. Taylor virou narradora oculta do drama, emprestando emoção e identidade cultural.
🏖️🌅 ESTÉTICA + ASPIRAÇÃO: Cousins Beach é um cenário esteticamente irresistível. Visual, cores, clima… tudo reforça o desejo de estar naquele universo. Walter Boys tinha drama, mas não tinha um “território cultural” tão forte.
⚽🔥 FANDOM: O triângulo virou uma Copa do Mundo. #TeamConrad vs. #TeamJeremiah funcionaram como torcidas organizadas, alimentando memes, fanfics e até brigas de bar. A série transformou o consumo passivo dos fãs em ativo.
🛍️🎧 ESTRATÉGIA 360: Igual vimos com a novela Vale Tudo, a série saiu da tela. Virou playlist no Spotify, trend no TikTok, itens de roupa e decoração de casa, festa temática e até iluminou o Empire State Building.
🤔💘 O PODER DA DÚVIDA: O que ocupa mais espaço na sua cabeça: aquilo que você já decidiu ou aquilo que ainda está em aberto? Belly muda de ideia algumas vezes durante a temporada, e é justamente essa incerteza que mantém o público investido e curioso para saber quem ela vai escolher.
Então, qual é o takeaway?
The Summer I Turned Pretty e Walter Boys, assim como muitas outras séries teens, têm praticamente a mesma história. A diferença é que elas são só conteúdo, já a TSITP virou contexto através desses três principais pilares:
Nostalgia + escapismo: acionar memórias emocionais que todo mundo reconhece.
Experiência coletiva: transformar cada episódio em rituais semanais que unem a audiência.
Comunidade ativa: conteúdo que sai da tela e virar conversa.
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DESVENDANDO CAMPANHAS
Como você lançaria um produto wellness hoje?
Em um mundo onde tudo já tem proteína ou cafeína, estamos carecas 👨🏻🦲 de saber que esses ingredientes garantem massa muscular e energia (risos). Mas a pergunta certa não é o que colocar no produto, e sim como criar um território próprio em meio a tanta saturação.
O case de hoje responde exatamente isso. E essas foram as perguntas que a marca provavelmente se fez:
1. Onde está a concorrência?
Basicamente em dois polos: performance (esporte, força, energia) ou indulgência (“guilty pleasure sem culpa”). Sempre orbitando esses mesmos lugares.
2. O que o consumidor está dizendo?
Nos últimos 5 anos, buscas por “pré-treino” cresceram 455% no Google. Só que essa energia também faz falta em outros contextos do dia — especialmente para jovens adultos e Gen Z.

Então mais do que suplemento, entenderam que o “pré” virou ritual: esquenta pra festa, roteiro de viagem, get ready with me… e, claro, treino.
E aí nasce a oportunidade, no comportamento: se existe pré-treino, por que não um pré-estudo, pré-prova, pré-reunião?
3. Qual é o território certo?
Existe uma terceira via: olhar para o comportamento e enxergar o que ninguém está ocupando. Se o “pré” já virou ritual em tantas situações do dia, por que limitar só ao treino?
Foi exatamente aí que surgiu o Nescafé Pro-Energy. Em vez de disputar no mesmo espaço da concorrência, a marca ampliou o território: não só performance, mas também todos os momentos em que a Gen Z precisa de energia e foco — estudo, trabalho, reuniões, vida real.
🥤 É um pré-treino, sim. Mas é também: Um pré-prova. Um pré-trampo. Um pré-reunião. Um pré-tudo pro seu dia.
Depois, foi só criar e distribuir esse conceito, com figuras como Lactea, Aqueles Caras e é claro, uma campanha completa no the news.
What's the takeaway?
O diferencial não estava apenas na fórmula (15g de proteína, 100mg de cafeína, 3g de TCM), mas no território. Enquanto a concorrência brigava sempre pelo mesmo espaço, a marca encontrou um jeito de redefinir o contexto de consumo e criar um ritual novo.
Esse é o insight maior: seja café, moda, cerveja ou skincare: quando você foge da repetição e ocupa um território ainda vazio, não só lança um produto. Você cria cultura.
*apresentado por Nescafé Pro-Energy
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BYTES TO BITE
Um giro pelas últimas campanhas de destaque
🫙Comeria uma maionese com corante preto? Foi isso que a Heinz lançou pro Halloween. OBS: Ainda brilha no escuro.
🥟 Pedi uma Gyoza e veio um Goya. Essa campanha do Uber Eats brinca com a confusão entre o nome do alimento e do artista.
🌓 Beerclipse: um eclipse de cervejas. Foi isso que as marcas Sol e Blue Moon se uniram para fazer devido ao eclipse que vai rolar na Nova Zelândia essa semana.
🌐 ”Nunca houve um momento pior”. A Anthropic finalmente entrou na guerra publicitária com primeira campanha do @claudeai. Afinal, até IA agora precisa construir marca para se diferenciar.
🍦Baccio di Latte + Eudora: collab de produtos de beleza inspirados em sabores de gelato!
📚 Quando até o streaming aposta no livro, fica claro: a experiência reina. O Prime Video transformou seus hits da tela que nasceram em livros, em um clube do livro presencial em SP.
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TRENDING NOW
UMA TREND REVIVIDA
Com a proibição de celulares nas escolas, a Gen Z não pensou duas vezes: resgatou os iPods e transformou em símbolo “cool” outra vez.
UMA CURIOSIDADE
Você sabia que a esteira onde você corre hoje foi inventada como objeto de tortura? Descubra aqui como ela foi das prisões para a academia.
UM EFEITO
O Vale Tudo. Veja o que aconteceu com a busca pelos Alcoólicos Anônimos depois de a organização ser retratada na trama.
UM INSIGHT
Seu consumidor está no feed. Adapte conteúdos de outros canais para lá. Veja só quem já fez isso: um vídeocast no Instagram | um e-commerce no TikTok | uma série em Reels.
UM CANAL IMORTAL
O que é ao vivo e coletivo nunca morre. Podemos achar que o rádio acabou, mas, na verdade, ele apenas evoluiu. Confira aqui.
UM LUGAR
O novo campus da WPP que será o point das agências no Brasil.
ANOTA ESSA

A maior parte dos consumidores ainda não está pronta para comprar, e é justamente aí que entra o papel da marca: construir relevância e ser lembrada antes da decisão. Quando chegam ao messy middle — aquela fase de comparação e dúvida —, a performance tem muito mais força para converter. No fim, é simples: uma marca forte multiplica o efeito da performance, gerando mais vendas, mais lucro e mais poder de preço.
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LAST WEEK POLL RESULT:
Até seu logo virou ideologia? A polarização está tão forte que qualquer movimento de marca hoje é interpretado politicamente. Como você acredita que as marcas devem navegar isso?
41,1% apontou “Ser neutra” e 29,2% diz “Tomar partido”
👊 Tomar partido — “Se significado e experiência são o que moldam como o consumidor interage com uma marca, é impossível a conexão real existir se não houver alinhamento entre os valores de ambos. Se posicionar de forma clara não significa perder uma parcela de consumidores, mas fidelizar quem tem visão similar.”
🧘 Ser neutra — “Política deveria ser sobre valores em que se acredita, e não preferências de ocasião. É sobre a verdade que te move. Se uma marca "embarca" nessa onda de polarização ou, pior, decide defender posição que não seja reflexo direto dos valores presentes desde a sua criação, não está fazendo nada além de se igualar a quem entra nesta polarização burra.”
🎭 Adaptar discurso — “Um mesmo produto pode ter marcas diferentes, uma para cada público/contexto”.
🌀 Ignorar ruído — “Falem mal, falem bem, mas me mantenham em pauta.”
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até segunda-feira que vem, byeeeeee! 👋🏻

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