
produto ou marketing: o que vale mais?
bom dia. em 2007, a Apple lançou o primeiro iPhone. na plateia, as pessoas mal acreditavam no que viam. mas, o IBM Simon (1994), o Palm Treo, o BlackBerry e o LG Prada já existiam.
só que, quando Steve Jobs subiu ao palco e mostrou aquele retângulo de vidro, o mundo acreditou que estava vendo o primeiro smartphone de verdade.
why? porque nem sempre o pioneiro é quem cria a categoria — às vezes é quem conta a história que faz o mundo acreditar nela.
uma fonte de inspiração para os seus conteúdos, estratégia e uma pitada de insights para sua marca. 💭
POLL OF THE WEEK
Trate sua audiência como seu maior shareholder, não só como um stakeholder. Vamos fingir que estamos em uma boardroom, discutindo o futuro dessa newsletter. Pra qual dessas opções o seu voto iria? 👇
Quero ver mais por aqui:
Conte o porquê e, na semana que vem, vamos compartilhar a resposta e os melhores comentários!
(Continue rolando para ver os resultados do poll da semana passada)
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Agora você também pode nós escutar, clique aqui.
RESUMO DA SEMANA
Hot takes pelo 🌎
🛒 Quanto você paga pra fazer o seu mercado? A Amazon acabou de lançar a Amazon Grocery, sua nova marca própria com mais de mil produtos, a maioria por menos de US$ 5. Uma jogada pra fortalecer o brand equity, especialmente em tempos em que o consumidor está sensível a preço. E qual é a estratégia de um marketplace que cria sua própria marca? Bom… ele já domina o mais caro e o mais difícil: distribuição. E tem peso de marca.
🍕 Quando saber a hora de mudar? Só quando o seu negócio está indo mal? A Domino's mostrou que não. A marca fez seu primeiro rebranding em 13 anos, mesmo crescendo 3,4% em vendas — ou seja, não havia crise. Mas como a CMO global disse, é sobre antecipar o problema antes dele existir. Veja só.
⛽ A loja de conveniência mais queridinha do USA. Em um setor que vende de conveniência, ela cresceu com comunidade. Com mais de 900 lojas, a Kwik Trip tem padaria própria, café próprio e comida feita na hora (com 92% dos consumidores visitando pelo alimento, não pelo combustível). Mantém padrões impecáveis de limpeza, criou uma base orgânica com mais de 150 mil fãs no Facebook e até eliminou o uso de centavos em transações em dinheiro. Ou seja, entenderam que o diferencial mais difícil de copiar é a relação humana.
🗞️ Até banca de jornal pode ser uma marca aspiracional. Enquanto muitos acham que elas acabaram, a Casa Magazines, em NY, bomba. Com 80 anos de história e apenas 400 m2, a banca virou um símbolo cool do analógico e ponto de encontro de pessoas como Sarah Jessica Parker. No seu Instagram é super descolada, onde mostra as revistas mais desejadas do momento. Já fez collabs com Vans e Valentino e se tornou um terceiro lugar onde as pessoas se encontram, conversam e respiram cultura.
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BIG STORY
A Creator Economy não é sustentável
Pode parecer loucura falar isso de uma indústria que já vale US$ 250 bilhões, mas deixa a gente te explicar o que queremos dizer com isso.
Hoje, cerca de 70% dos creators ainda dependem exclusivamente de anúncios ou publis. Ou seja: eles não sabem quando o proxímo boleto vai chegar.
E o que isso revela é que a maioria da indústria vive um modelo de atenção alugada — um ciclo instável, onde o algoritmo muda, o contrato acaba e o criador volta para a estaca zero.
É um attention trap:
Você constrói o público, mas não o possui (ele é da plataforma)
Você produz o conteúdo, mas não retém dados.
Você cria valor, mas não captura margem.
Tudo isso em um mercado com cada vez mais conteúdo, mais criadores e menos diferenciação.
E por mais que o budget das marcas para creators tenha aumentado, ele não cresce na mesma velocidade que o número de novos criadores — que, segundo estimativas, deve chegar a 1 bilhão até 2030. Então, se tudo isso ainda gira em torno de publicidade, a pergunta é inevitável:
Será que a gente realmente tem uma “nova economia” — ou só transformamos creators em ferramentas de marketing?
Influência —> Infraestrutura
A verdade é que, hoje, a Creator Economy ainda funciona muito como um braço do marketing, mas o futuro aponta para outra direção: infraestrutura.
Porque o que vai tornar esse modelo realmente sustentável não é mais ter audiência. É ter sistema próprio. Views não escalam. Sistemas escalam.
E alguns criadores de conteúdo já entenderam isso:
Alex Cooper, MrBeast e Emma Chamberlain, já possuem meios de produção, distribuição e monetização. A Alex Cooper talvez seja o maior exemplo dessa virada.
Que começou como um podcast e se transformou em um sistema verticalizado, com:

Ela domina a narrativa, os canais, cria seus próprios IPs e produtos, distribui nos seus meios e escala com margem. O futuro da Creator Economy está aí: em quem constrói uma base solida por meio de conteúdo e depois verticaliza em seu próprio produto.
E qual é o papel das marcas nisso?
Construir infraestrutura junto: Apoiar creators na construção de sistemas próprios que também fortaleçam o de vocês — investindo em IPs, co-criando produtos e formatos que vivam além da campanha e transformando parcerias em modelos recorrentes.
E isso não precisa ser complexo. Pode começar simples: (1) Dar a um creator um quadro fixo dentro do ecossistema da marca; (2) Construir um evento ou projeto em parceria, com o criador à frente da operação; (3) ou até dividir equity em iniciativas conjuntas que gerem valor real pros dois lados.
No fim do dia, o jogo deixou de ser sobre patrocinar atenção. Agora é sobre financiar sistemas.
Porque criadores com estrutura não vendem só influência — eles constroem valor de marca junto. Humanizam, trazem comunidade e criam significado. E é exatamente aí que as marcas ganham: não só trazendo creators para suas campanhas, mas para o seu negócio.
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LESSON OF THE WEEK
Produto ou marketing: o que vale mais?
Vamos ao caso.
A Dyson construiu uma das marcas mais respeitadas do mundo apostando em pura inovação de produto. Do aspirador sem saco ao Airwrap, cada lançamento elevou a reputação da categoria.
Mas o problema da inovação de produto é simples: ela é copiável.
Aí chegou a SharkNinja — que não inventou nada disso, mas copiou o desempenho da Dyson com um preço menor. E o que faltava em inovação, eles compensaram com marketing: destinaram 20% a 25% da receita em comunicação e vendas, contra apenas 2% a 4% da Dyson.

Com esse investimento, conquistaram nomes como Courteney Cox e David Beckham, e viraram referência em viralizar cultura — não só produtos.
E essa dinâmica se repete em outras categorias. A Lululemon criou o mercado de athleisure, com tecidos inéditos e best-sellers icônicos. Mas quem domina a conversa hoje é a Alo, que trouxe estética, celebridades e desejo.
Então… qual é a resposta para as marcas?
Se você é uma brand product-innovation-led: inovação te coloca no mapa — mas só te mantém lá se for contínua. Uma única novidade não sustenta margem por muito tempo.
Se você é uma brand marketing-led: sempre há novas portas para entrar na cultura. História boa cria demanda mesmo quando o produto não muda tanto.
Mas as melhores empresas estão nessa terceira opção: engenhering-led brand — focam no organization design. Não é “produto vs. marketing”; é conectar os dois com:
Times pequenos e multifuncionais, guardrails claros de marca, pipeline contínuo de P&D + conteúdo e loop de dados (insight → produto → história → venda → insight).
Ou seja, a marca que vence é a que transforma inovação em história.
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BYTES TO BITE
Um giro pelas últimas campanhas de destaque
🔪 Quem matou Odete Roitman? Ainda não sabemos. O que se sabe é que marcas como Subway e Serasa já lançaram suas campanhas com personagens da trama nos intervalos da novela mais lucrativa da Globo.
🐕 Chevrolet + Netflix lançam carro em homenagem ao cachorro caramelo. Na campanha com o ator Rafa Vitti, protagonista do filme Caramelo, a ação consistiu em receber imagens e analisar os diferentes tons dos vira-latas caramelo do BR.
🪙 Se o real fizesse terapia ele diria: me sinto desvalorizado e inflacionado. É isso que a gente assiste nessa campanha divertida e com cara de propaganda antiga da Coinbase.
☕ Um erro de geolocalização que se tornou campanha. Na Turquia, alguns clientes tiveram problemas ao seguir GPS até uma unidade do Starbucks que, na realidade, não existia. A marca aproveitou da situação pra essa ação.
💰Se você é uma marca do setor financeiro, precisa ver essa. Eles personificaram os investimentos arriscados. Uma campanha Brilliantly Boring.
⚽ Funk + Futebol dá match? Ah, e como! Essa collab entre Umbro × KondZilla destaca a favela como território de talentos. Orgulho para o nosso Braaaasil.
🚗 Você já parou para pensar no que não pode fazer enquanto dirige? Bom, a Uber fez isso por você — e contou tudo na sua última campanha. Veja só.
TRENDING NOW
UMA CHARADA
A Reserva tem comentado emojis de tartaruga nos posts de Virgínia, Vini Jr, Zé Felipe e Ana Castela. Depois, soltou um reels. O que será que vem aí?
UM CONTEÚDO
Depois de anos explorando sua audiência na vertical, Silva Braz agora vai para a horizontal, levando seus seguidores para assistirem ao seu reality no YouTube.
UM CREATOR
O Láctea e as publis despretensiosas, fáceis e leves de consumir que ele tem criado. Check out.
UM PODCAST
Marketing de performance ou branding? João Branco conta o que ele acredita que marcas deveriam fazer. Veja só.
UMA NOVO APP
Instagram estuda lançar um app de TV dedicado para ampliar alcance de vídeos. Se aprofunde.
UM SETOR
O audiovisual brasileiro, que gera 50% mais empregos do que a indústria automotiva no Brasil. Acredita nisso? Somos potência!!
ANOTA ESSA
Como saber se a sua inovação vai dar certo agora?

Alain Sylvain fala da metodologia Peak Innovation (se aprofunde), que mostra o momento exato em que uma ideia criativa deve sair do papel. Ele diz que três elementos precisam se alinhar:
Cultural Climate, o que o mundo está discutindo e precisando agora — por exemplo, ano de Copa do Mundo, quando tudo gira em torno de união e emoção coletiva.
Individual Appetite, o que as pessoas querem sentir nesse momento — pertencimento, vibração, conexão.
E Innovation Infrastructure, se já existe tecnologia e comportamento pra sustentar essa ideia — como o uso massivo de celulares, redes sociais e lives.
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LAST WEEK POLL RESULT:
O que você achou da nova rede social Sora AI? A plataforma da OpenAI combina IA generativa com criação social.
39,6% diz ser loucura e 28,6% apontou ser legal.
🌀 Loucura: “Já temos problemas demais de saúde mental com a "vida real" que mostram no Instagram, nem consigo imaginar o impacto que isso vai gerar nas novas gerações que crescem com a "vida artificial" desde o início.”
👍🏻 Legal: “A proposta da Sora AI é interessante e tecnicamente impressionante. Combinar IA generativa com criação social abre novas possibilidades de expressão e engajamento.”
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até segunda-feira que vem, byeeeeee! 👋🏻

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