
você ama seu parceiro? ok, me prove.
bom dia. qual métrica você usaria pra explicar o quanto ama seu parceiro? difícil encontrar uma, né? porque o amor não nasce de um grande gesto — ele é construído aos poucos, por pequenas ações. E isso vale tanto pros relacionamentos quanto pras marcas que a gente ama por aí.
Na era da economia da atenção, as love brands aprenderam a fazer isso de 2 formas:
1️⃣ Hackeando o subconsciente do consumidor, ativando gatilhos emocionais que fazem ele escolher antes de pensar. Um pouco como a paixão — meio irracional, mas com motivos por trás.
2️⃣ Associação de marca, porque confiança é transferível. Por isso você acaba, muitas vezes, se apaixonando por um parceiro que te lembra alguém da sua família — ou que um amigo te arranjou.
No fim, desejo é pura memória. E as marcas que aprendem a morar lá dentro… são as que mais vendem.
uma fonte de inspiração para os seus conteúdos, estratégia e uma pitada de insights para sua marca. 💭
POLL OF THE WEEK
Ano passado, a Coca-Cola lançou sua campanha de Natal feita com inteligência artificial — e gerou polêmica. Esse ano, eles repetiram a aposta: usaram novamente a tecnologia para criar esse novo filme global de Natal. E aí, queremos saber:
Coca-Cola + IA + Natal ficou...
Conte o porquê e, na semana que vem, vamos compartilhar a resposta e os melhores comentários!
(Continue rolando para ver os resultados do poll da semana passada)
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Agora você também pode nos escutar, clique aqui.
RESUMO DA SEMANA
Hot takes pelo 🌎
🏍️ O novo esporte em hype pra 2026: MotoGP. Na Europa, mais de 65% do público já acompanha o evento — só em 2024, mais de 3 milhões de pessoas foram aos circuitos. Isso já representa metade da audiência presencial da F1 no mesmo ano. Agora, a competição se prepara para voltar ao Brasil em 2026, com etapa confirmada em Goiás. Um retorno que marca não só a expansão global da categoria, mas também uma janela para marcas não apenas patrocinarem um esporte, mas ajudarem o público a descobri-lo, tornando-se o ponto de conexão e referência entre o consumidor e a nova paixão, gerando maior vínculo, lembrança e pertencimento.
🧴 Skincare para crianças de 3 anos. Sim, a atriz e influenciadora Shay Mitchell acaba de lançar uma marca de cuidados, a Rini, voltada para o público infantil. A ideia surgiu quando ela percebeu a falta de produtos seguros para remover a maquiagem da filha. E o timing não é à toa: a Geração Alpha e a Z já respondem por 40% das vendas de skincare em redes como Ulta e Bluemercury. A proposta da marca é unir brincadeira e autocuidado — com máscaras faciais em formato de bichinhos, creme reparador e sabonete corporal. A novidade gerou reações mistas.
🦉 Duolingo está em queda? No último semestre, parecia que só se falava da marca — do Duo “morto”, dos posts que dominavam o feed e até da mente por trás deles. Mas, neste 3º trimestre, os resultados ficaram abaixo do esperado. Agora, a empresa diz que vai priorizar o crescimento de usuários em vez da monetização imediata e quer investir no longo prazo em IA educacional. Um dos motivos apontados para a desaceleração foi a pausa nos posts “descontrolados” que ajudaram o app a viralizar. A interrupção, motivada por uma polêmica no LinkedIn, reduziu o engajamento e acabou afetando o crescimento. Será que, hoje, uma das melhores estratégias para crescer usuários é o alto volume de posts nas redes sociais? (Se aprofunde)
🎶 Baby Shark, tu-tu-ru-ru-ru, Baby Shark... Você provavelmente já odiou, ou amou, essa música. E agora ela vale US$ 400 milhões. A Pinkfong, empresa por trás do império Baby Shark, abriu seu capital com esse valuation e provou que uma canção de 2min e 16s pode ser o ponto de partida para virar uma companhia listada, com receita anual de US$ 70 milhões e margem de lucro de 20%. A marca domina um conceito chamado Stimulus of Annoyance — o tipo de conteúdo que gruda na cabeça e, justamente por isso, viraliza mais. O vídeo soma mais de 16 bilhões de visualizações, sendo o mais assistido da história do YouTube. (Se aprofunde)
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BIG STORY
Porque você sempre acaba pedindo batata do McDonald’s 🍟

Quem nunca disse: “Hoje eu vou me alimentar bem, vou comer saudável” e, na primeira oportunidade, escolheu uma batatinha do McDonald’s?
Bom… talvez isso não seja 100% culpa sua.
Na verdade, o McDonald’s usa uma série de gatilhos psicológicos pra convencer você, sem que perceba, a comer batata frita. Vamos falar sobre alguns deles 👇
Escassez vende
Você já reparou como alguns produtos do McDonald’s são marcados como “por tempo limitado”?

Essas palavrinhas ativam um dos gatilhos mais fortes do nosso cérebro: a escassez. Pesquisas mostram que, quando algo parece raro ou temporário, nossa intenção de compra aumenta em 37%.
O McDonald’s aprendeu isso lá em 1981, quando lançou o McRib. O lanche saiu do cardápio, o público surtou, e a marca percebeu que criar ausência é um ótimo jeito de criar desejo.
Desde então, o cardápio e os combos mudam constantemente, pra você sempre ter aquela sensação de “preciso provar antes que acabe.”
Prazer interrompido
Outro motivo para tantas ofertas por tempo limitado é: elas evitam que você se acostume com o produto.
Quanto mais repetimos um prazer, menos prazer sentimos. Isso tem nome: habitação. Um estudo mostrou que pessoas que receberam uma massagem com uma pausa no meio avaliaram a experiência 17% mais prazerosa do que quem teve uma sessão contínua.
Ou seja: o prazer aumenta quando existe uma interrupção. O McDonald’s sabe disso. Ele tira um produto de cena antes que você enjoe — e, quando ele volta, o desejo volta junto. Hello, McFish.
A ilusão da escolha saudável
Você provavelmente foi almoçar com as melhores intenções. No caminho, jurou que ia comer leve. Chegou no restaurante, viu a salada no cardápio… e pediu batata.
Mas a salada cumpriu seu papel — ela justificou a sua visita. Existe um viés psicológico por trás disso, chamado preferência inconsistente no tempo: o que queremos pro nosso “eu do futuro” (ser saudável) não é o mesmo que queremos agora (prazer imediato).
Pesquisas mostram que, quando escolhem o que vão comer no futuro, 50% das pessoas escolhem algo saudável. Mas quando escolhem pra agora, 81% pegam chocolate.
Então, na hora, mesmo que a intenção seja boa, você acaba escolhendo o prazer. É por isso que as saladas estão lá — o cardápio “fitness” serve pra justificar a visita. Mesmo sem vender muitas saladas, elas aumentam o fluxo e reduzem a culpa.
A dor do pagamento
Nos US, o Méqui descobriu outro detalhe: tirar o símbolo do dólar ($) do cardápio faz as pessoas gastarem mais. Sem o sinal de dinheiro, o cérebro sente menos “dor de pagar.”
Um estudo da Cornell mostrou que clientes gastam 8% a mais quando o preço aparece sem o símbolo da moeda. Menos dor, mais batata.
What’s the takeaway?
Você acaba comendo a batatinha do McDonald’s porque a marca domina pequenas decisões psicológicas, não só grandes campanhas.
Ela cria escassez e urgência, dá ao público a sensação de virtude, reduz o atrito de preço e interrompe hábitos pra manter o desejo.
Essas são só algumas das estratégias que hackeiam o nosso subconsciente — vendem decisões fáceis, entendem que o comportamento humano é irracional e transformam isso em estratégia. Quais pequenas decisões você está dominando do seu consumidor?
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MARKETING CASE STUDY
Como remover a culpa (e criar uma marca bilionária)
Nos últimos anos, algumas marcas entenderam que a culpa é um dos maiores limitadores de consumo. Culpa de gastar, culpa de comer, culpa de exagerar, mas também culpa de se permitir sentir prazer. Uma delas foi a Poppi, a prebiotic soda que transformou refrigerante em virtude.

A história começou em uma cozinha no Texas, com uma founder-led brand comandada por Allison Ellsworth, que queria resolver um problema pessoal. Na época, trabalhava na indústria de petróleo e gás, vivia em hotéis e se sentia mal o tempo todo — até decidir criar uma bebida que fizesse bem, sem fazer mal.
Ela criou um protótipo chamado Mother, um refrigerante feito com vinagre de maçã e frutas, vendido por ela e o marido em feiras locais. Allison largou o emprego, investiu todas as economias e, grávida de nove meses, levou a ideia ao Shark Tank.
Ninguém gostou tanto do produto, mas ela saiu de lá com um investimento pequeno, e com um parceiro estratégico: Rohan Oza, o mesmo investidor que ajudou a vender a Vitamin Water. Mesmo assim, o negócio quase quebrou.

Foi aí que fez o que ela chama de “Princess Pivot” — uma pausa de nove meses para reformular absolutamente tudo, menos a bebida em si.

O nome Mother soava alternativo demais, lembrava kombucha.
Eles decidiram mudar: posicionamento, embalagem e propósito.
O novo objetivo era redefinir o refrigerante para a próxima geração — algo colorido, leve e com significado.
Nascia a Poppi.
No início, Allison queria um produto sem açúcar, mas entendeu que, para ser uma marca de massa, precisava equilibrar o saudável + prazer. A fórmula final manteve apenas 5g de açúcar, o suficiente para ser saborosa e ainda assim funcional, graças aos benefícios prebióticos.
O timing ajudou: o relançamento aconteceu em 2020, quando o mundo inteiro estava dentro de casa redescobrindo o autocuidado. Enquanto muitas marcas pausaram lançamentos, a Poppi foi na contramão, apostou na Amazon como seu maior motor de crescimento. O produto viralizou nas buscas, surfando a onda da “saúde divertida”.
E por falar em viralizar… a fundadora postou alguns vídeos contando sua história no TikTok.
Os vídeos alcançaram mais de 300 milhões de views e gerou US$ 100 mil em vendas em uma única noite.

Mas por trás disso, havia uma estratégia clara: construir comunidade, não apenas audiência.
A Poppi investiu bastante em sampling, enviando caixas com 50 latas para influenciadores, pra que o produto ficasse na geladeira tempo suficiente para criar hábito.
Fez ações criativas, penetrou as faculdades e, mais tarde, fechou um media for equity com Alix Earle, uma das maiores influenciadoras dos EUA, tornando-a sócia da marca. Essa foi uma jogada brilhante.
A grande virada veio no Super Bowl. A Poppi conseguiu um anúncio de última hora — um minuto antes do show do Usher.
O resultado: o awareness da marca triplicou da noite pro dia e chamou a atenção da Pepsi, que fez uma proposta três dias após a reunião. A venda foi concluída em seis semanas, por US$ 2 bilhões.
Hoje, a Poppi é a soda oficial do Lakers, tem parceria com o time do Messi e está nas maiores redes de varejo americanas. Continua crescendo e, o mais interessante: o produto segue praticamente o mesmo desde o primeiro dia.
O que mudou não foi a fórmula — foi o significado. A Poppi vendeu a liberdade de tomar refrigerante sem culpa. Hackeou o mesmo gatilho que o McDonald’s usa quando coloca salada no cardápio: aliviar a consciência.
KEY TAKEAWAY:
🥤 Pesquisa de mercado (entender o timing da saudabilidade e do tédio das bebidas funcionais).
💬 Buzzmarking (história pessoal real, contada em linguagem de internet).
💡 Sentimento de grandiosidade (a marca parecia gigante antes de ser).
💗 Comunidade (construída a partir da fundadora e da conversa, não de uma campanha).
🎯 Timing perfeito (pandemia + redescoberta do autocuidado).
📦 Sampling (colocar o produto dentro das casas e nas ruas).
🤝 Media for Equity (colocar Alix Earle como sócia, não só como influenciadora).
🚀 Distribuição inteligente (usar a Amazon como motor e depois expandir pro varejo físico).
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BYTES TO BITE
Um giro pelas últimas campanhas de destaque
🍺 É claustrofóbico? Não tem problema, porque essa campanha de Stella Artois prova que é worth it.
📒 To bem, to zen, entrei na faculdade com… ok, esse crossover foi grande. A Netflix soltou essa campanha temática de Stranger Things para o Enem, protagonizada por Manu Gavassi e fazendo referência a icônica campanha do MEC.
👉🏻 Você é esquisito? A Vans e o Felca querem que você continue sendo… essa é a premissa da sua nova campanha.
🥨 Ancestralmente, o ser humano é viciado pelo som do croc. Olha que demais esse filme da Baccio di Latte com a confeiteira e influencer Raiza Costa.
🥛 Quem está usando GLP-1 em Hollywood? Scott Disick estrela uma campanha da MilkPEP que ironiza o hype dos remédios, promovendo um “galão de leite GLP-1” de US$ 1.000. A ideia brinca com o status do produto e sugere que, conforme o uso de GLP-1 cresce, o consumo de leite, fonte de proteína, pode crescer junto.
👥 Depois de quatro anos sem campanha, o Facebook está de volta. A ideia do novo filme é relembrar uma nova geração, e reconquistar a antiga, de que a essência da plataforma sempre foi sobre conexões reais, ainda mais em tempos digitais
TRENDING NOW
UMA CREATOR
Kai Trump — Neta do Donald Trump. E sabe quem aparece nos seus vídeos? O presidente. De dentro da Casa Branca a um dia de Golf com o avô.
UM REBRANDING
Ou um Brand Refresh? Poucas marcas sabem a diferença entre esses dois termos, mas você pode entender aqui.
UMA SÉRIE
Stranger Things, que depois de 8 anos terá sua última temporada lançada e lotou as ruas de Londres com isso.
UM RELACIONAMENTO
O case desses seres humanos que se apaixonaram por IA's. O quão bizarro é isso?
UMA FEBRE
Esse merch limitado do Starbucks já está tão procurado que pode ser encontrado no Ebay por 500 dólares.
UM OUTDOOR
Esse aqui, que foi construído pensando na posição exata da Lua. Tem condição?
ANOTA ESSA

Nesse TED Talk, o Sinek compara o amor à liderança para explicar que as coisas que realmente importam não nascem de momentos intensos, e sim da consistência de pequenas ações.
💡 E esse princípio vale pra tudo: pra construir marca, pra liderar times, pra criar confiança. Não é um grande evento que transforma — é o que você faz todos os dias, quando ninguém está olhando. Assista aqui.
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LAST WEEK POLL RESULT:
A China agora exige diploma ou certificação para creators que falam de finanças, saúde, lei e educação. O que você achou disso?
56.11% achou “Bom pra separar educador de entertainer”. E 35,7% diz “Profissão regulamenta, era só questão de tempo.”
“De fato, diploma não define competência. Mas a partir do momento em que qualquer um tem o poder de influenciar outras pessoas e o trabalho como creator se torna uma profissão, é necessário uma regulamentação para que (1) os profissionais tenham alguns direitos garantidos (como a credibilidade. ex. jornalistas sérios x leo dias), e (2) para ter certeza de que não vai ser qualquer um falando qualquer baboseira e convencendo pessoas por aí a ter atitudes que as ponham em risco. É claro que existe uma possibilidade de ter um controle de narrativa, mas acho que é uma batalha de cada vez.”
“É essencial para que os argumentos lançados na internet tenham algum embasamento teórico, mas por outro lado é perigoso por fazer com que pessoas ganham autoridade instantaneamente apenas por possuírem uma graduação. Sendo que essas pessoas não estão isentas de erros e opniões equivocadas.”
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