o corpo ainda vende?

bom dia. você percebeu? as coisas continuam parecendo as mesmas, só que agora elas vêm com um recado embutido. o sexy ainda vende. mas agora ele se explica. o sabor ainda importa. mas concorre com performance. até a IA, que parecia vilã, virou musa inspiradora. nada mais é só o que parece. as campanhas estão mais espertas, mais conscientes, mais construídas — e quem ainda pensa raso, não acompanha o jogo.

uma fonte de inspiração para os seus conteúdos, estratégia e uma pitada de insights para sua marca. 💭

RESUMO DA SEMANA

Hot takes pelo 🌎

🥤 Quando a Americanas também servia milkshake. Sim, nos anos 80 e 90, dava pra sair das Lojas Americanas com um VHS na sacola e um sundae na mão. A lanchonete era um hit — mas saiu de cena, provavelmente por questões de eficiência operacional. O curioso? Hoje toda marca quer ter um café: de Jacquemus a Ralph Lauren. É o tal do retailtainment: quando o varejo vira experiência. E nesse jogo, a Americanas foi uma das pioneiras — criando, sem saber, o ritual que tantas marcas de luxo tentam replicar hoje.

🧠 E se a IA não matasse a criatividade… mas libertasse ela? Enquanto muita gente ouve "inteligência artificial" e pensa num futuro sem alma, tem um outro lado da moeda: IA como ferramenta de desbloqueio criativo. Ela conecta ideias distantes, agiliza processos e convida mais gente pro jogo da inovação. No dia 17/07, às 10h30, a gente por aqui, junto com o CEO da Pupila IA, te mostra como usar IA pra criar campanhas com mais cultura, sensibilidade e timing — e não só mais do mesmo. Vagas limitadas, se inscreva aqui.

🥣 Estamos comendo diferente. Parece exagero, mas a forma como a gente pensa sobre comida mudou — e isso está reconfigurando o que significa comer bem. Com as gerações mais apressadas, comer rápido virou regra. E com o preço nas alturas, comer barato virou inteligência. Ao mesmo tempo, medicamentos como Ozempic estão mudando o apetite — literalmente. Não à toa, a Nestlé já lançou uma linha pensando nisso. Porque hoje, sabor ainda importa, mas já não basta: ele concorre com performance nutricional. Na hora da compra, a pergunta não é mais “o que eu quero comer?”, mas “o que eu ganho com isso?”. As marcas não vendem mais só comida — vendem respostas para um corpo que quer menos, mais rápido e com mais propósito.

🐆 Quem não lacra… não lucra. Ou melhor: quem lacra sem carro pra vender, não lucra mesmo. As vendas da Jaguar despencaram 97,5% na Europa em abril — de quase 2 mil unidades para apenas 49. Um colapso que escancarou o erro estratégico do novo rebranding. A campanha era ousada, mas nenhum carro apareceu. Nenhum traço da Jaguar que as pessoas conheciam e admiravam — e pior: nada concreto foi entregue no lugar. Os modelos a combustão foram descontinuados. Os elétricos ainda não chegaram. No meio desse vácuo de produto e identidade, a Jaguar tentou vender conceito. A lição? Marcas fortes evoluem — mas nunca rompem com tudo que as trouxe até aqui.

🍓 Até evento pode ter assinatura. Você sabia que, todo ano, Wimbledon serve mais de 38 ton de morango com creme? Uma tradição que nunca foi pensada como marketing, mas acabou virando exatamente isso: Um produto simples, repetido com consistência, que virou memória afetiva, expectativa do público e — sem forçar nada — um dos símbolos mais icônicos do torneio.

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BIG STORY

“I'm bringin' sexy back (yeah)” 🎶

Bom, não que ele tenha ido embora 100%. Mas, dentro do contexto que queremos trazer, talvez sim. Por muito tempo, a mulher em publicidade foi sinônimo de corpo e aparência. Rosto bonito, pele à mostra, curvas estrategicamente posicionadas — ingredientes usados para vender cerveja, carro, sabonete, celular. Qualquer coisa, menos autonomia.

  • Ela estava sempre ali em posição de servir.

A lógica era simples (e grotesca): quanto mais pele, mais cliques. Só que a pergunta nunca foi se ela queria estar ali ou se ela estava dizendo algo com aquilo.

Mas o que estamos vendo agora é um novo movimento.

O sexy 2.0

Na teoria, tudo parece anos 2000. Mas, na prática? Ela tá ali porque quer, com um tom cômico, e total controle da própria imagem.

A mulher deixa de vender o desejo masculino e passa a performar sensualidade no próprio tom — com humor, carisma e um certo “eu sei o que estou fazendo aqui”.

O que essas campanhas têm em comum é que o protagonismo feminino não é mais passivo. A mulher não é mais pano de fundo de um produto. Ela é a campanha. Ela dita o ritmo, o tom e o meme. A sensualidade virou linguagem. Um jeito de se expressar — com consciência estética, ironia e timing digital.

E isso funciona?

Muito. Os dados de recall, engajamento e até vendas dessas campanhas mostram que o público — especialmente as mulheres mais jovens — não só entende essa estética, como compra junto.

📊 Um estudo da Zappi sobre a campanha “Shake That Ess” da Sabrina com a Dunkin’ mostrou que o vídeo teve 93% de view-through, 76% de recall espontâneo da marca, e impacto de vendas (86) e de marca (58) acima da média.

💬 A força da campanha está no humor leve e performático — um sinal de que campanhas que não se levam tão a sério podem ser mais eficazes do que aquelas focadas apenas em estética perfeita.

Mas… toda liberdade é liberdade?

Nem tudo são flores. Pesquisadoras como Rosalind Gill já alertam sobre o risco da “falsa agência” — quando campanhas parecem empoderadoras, mas ainda vendem o velho script com filtro novo. É aquela sensação de: será que estou vendo liberdade ou só uma performance melhorada de controle?

A diferença hoje é que a resposta vem com mais camadas, mais crítica e, principalmente, mais escolha.

INSIGHT PRA MARCAS

O sexy voltou. Mas não do jeito que você pensa.

Voltou com self-awareness, com protagonismo, com estética TikTok, e, principalmente, com mulheres escrevendo os próprios roteiros.

Se antes o corpo da mulher era o anúncio, agora ele pode ser a mensagem — desde que ela esteja no centro da criação, do controle e da intenção.

Quer usar sensualidade pra vender? Tudo bem. Mas só funciona se ela também puder rir disso depois.

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TIP OF THE WEEK

🎙️ Tem coisas que a gente só consegue dizer com um Slogan:

  • Sua marca emociona… ou só aparece?

  • Vale mais um Grand Prix ou 10 milhões de views?

  • Dupe ou falsificação: até onde vai a cópia?

  • Made in China vs Brand of China — qual o novo status?

Oi, eu sou a Julianna, uma das editoras desse caderno. E ao lado do Ricardo Dias, eu dou vida ao Slogan. O podcast que desafia o marketing a pensar fora do próprio roteiro. Se você gosta de provocação com contexto, cultura com estratégia e um pouquinho de caos criativo — te vejo por lá. Ouça agora.

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DESVENDANDO CAMPANHAS

Qual é a maneira mais burra de morrer?

Essa foi a pergunta que essa campanha tentou responder.

🎮 O Jogo “Dumb Ways to Die” nasceu como parte de uma campanha da McCann Melbourne para a empresa de trens da Austrália, lá em 2012.

👃🏻 O briefing: conscientizar os jovens australianos sobre segurança nos metrôs.

💣 O problema de comunicação: não podia parecer uma campanha tradicional. Nada com cara de autoridade — tinha que parecer algo feito por jovens para jovens. E, acima de tudo, não podia ser entediante. Precisava ser cool e divertida. É aí que entra a tagline provocativa:

Be safe around trains? Patético.
Dumb ways to die? Cool and funny.

 O conceito: O diretor global da McCann explica que como jovens tendem a achar o risco atraente, a ideia foi inverter a lógica: afirmar que morrer atropelado por um trem não é radical, é bem idiota. Afinal, trens seguem trilhos, basta observar e seguir as regras. Se você ignora isso… você foi bobo, desprecavido: e nenhum jovem quer ser visto assim.

🎭 A ação: tudo começou com um jingle animado e chiclete, que veio a se tornar um app de game que existe até hoje. E esses aqui 👇🏻 foram alguns dos números que a campanha mais premiada da história de Cannes alcançou:

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BYTES TO BITE
Um giro pelas últimas campanhas de destaque

🧴@dedehidratada. Deborah Secco agora é Deborah hidratada, com @ no instagram alterado e tudo! Essa ação com a CeraVe lembra aquela antiga com o Michael Cera e foi um arraso.

🧸 Ícones são ícones. E a marca de leite NotCo representou os famosos bichinhos da Parmalat pra afirmar que eles cresceram, e que agora, são intolerantes à lactose. Acontece que a Parmalat não gostou e já deu BO…

👃🏻 Uma publi contra o produto? A personagem Odete Roitman, da novela Vale Tudo, foi apresentada a um produto da Boticário em uma cena — e se recusa usar, preferindo seus produtos franceses. Minutos após o trecho, esse comercial rodou no intervalo da novela. Sério, que demais ver a Globo se reinventando cada vez mais.

🍕 The party never stops… neither de pizza. Essa é a premissa dessa campanha da Domino's, que promete encontrar o cliente onde ele estiver.

📖 Miu Miu Summer Reads 2025. O clube do livro da Miu Miu está de volta em cidades como Milão, Paris, Pequim, levando literatura, moda e cultura ao redor do mundo.

🎾 Audi em Wimbledon. Esse OOH da marca no torneio ficou cool demais.

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TRENDING TOPICS OF THE YEAR
Marcas precisam seguir a cultura 🔥

Pra gente sempre ficar de olho nos principais assuntos abordados, deixamos aqui os assuntos que mais apareceram nos nossos feeds, conversas e timelines nos últimos dias. Nada de algoritmo — é o que a gente sente que tá trending mesmo e que marcas podem surfar.

  1. Mundial de Clubes ⚽️

  2. Vale Tudo | Novela das 9 📺

  3. Mídia for Equity 📈

  4. Euro Summer 🏖️

  5. Essa trend aqui do TikTok que não sai da cabeça

O que você achou da edição de hoje?

Depois conta pra gente o motivo

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até segunda-feira que vem, byeeeeee! 👋🏻

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