
preço é desejo?
bom dia. essas eram 10 coisas que 1 dólar comprava em 1900: 1 lb de bacon, uma camisa social masculina, 20 lb de bolacha de ostra, 1 lb de café, 30 sabonetes, 10 ingressos de cinema, 5 lb de bife, 70 lb de batatas, um chapéu e 5 lb de açúcar.
hoje, um dólar mal compra uma água. porque o valor muda. mas mais do que isso — o preço é uma história que a gente aprende a acreditar. quem dita essa narrativa pode ser o mercado, a marca… ou o próprio desejo. no fim, às vezes é o desejo que faz o preço subir — mas, muitas vezes, é o preço que faz a gente desejar.
uma fonte de inspiração para os seus conteúdos, estratégia e uma pitada de insights para sua marca. 💭
📋 Cardápio do Dia:
1️⃣ 🔥 Takes — Notícias quentes que estão movimentando o mundo.
2️⃣ 🧠 Quão desejado? — O que faz um produto sumir das prateleiras.
3️⃣ 👀 E se você ainda não vê... — Quem vai dobrar o valor da sua marca já tá aí.
4️⃣ 🎯 Campanhas da Semana — O que as marcas colocaram de valor na rua.
5️⃣ 🚨 Trending Now — Curadoria do que o time viu essa semana.
6️⃣ ✍️ Anota essa — Uma dica rápida que aprendemos por aqui.
RESUMO DA SEMANA
Hot takes pelo 🌎
📉 Trackability virou um novo social flex. Dos apps de treino à escova de dente inteligente, rastrear virou hábito — e virou sinal. O destaque não é mais o “fui correr”, mas o gráfico do Strava. Não é “cuido da saúde”, é o print do sono no Oura Ring. Em vez de ostentar o que temos, a gente está ostentando o que mede. Por quê? Porque entrega: (1) prova social automática, (2) comprometimento visível, (3) gamificação da rotina e (4) personal branding. E uma nova geração de gadgets entende isso sem interromper. Caso do anel da Spktrl — um diamante de 1,5 quilates que só acende para alertas realmente importantes. Criado por uma ex-LVMH, ele usa IA para filtrar notificações e acender apenas quando algo relevante acontece, com cores diferentes para cada contexto: trabalho, família, social. O restante, ele silencia. Mais do que um wearable, ele propõe um novo comportamento: menos tempo de tela, mais presença.
🔎 Quem tá por trás da campanha da Gwyneth Paltrow? Pra quem não viu, foi essa aqui — a campanha que ela fez pra Astronomer, dias depois da polêmica do CEO pego no show do Coldplay. Um vídeo debochado, com 36 milhões de views em poucos dias. O que poucos sabem é quem estava por trás da ideia: a Maximum Effort, produtora de Ryan Reynolds. Mas chamar de produtora é pouco. Ela é uma máquina de atenção movida por talento — com linguagem própria, equity nos resultados e agilidade rara. Ao lado da MNTN, plataforma de mídia da qual Reynolds também é sócio, eles criaram um ecossistema que une três peças-chave: celebridade, criatividade e distribuição de mídia. O modelo? Fastvertising — campanhas criadas com velocidade, irreverência e impacto. Reynolds investe em marcas, cria conteúdo rápido e viral com sua linguagem, conecta uma marca à outra e distribui via MNTN em TV conectada. Um sistema onde conteúdo, mídia e cultura nascem integrados. A MNTN abriu capital e suas ações subiram 48% no primeiro dia. Porque em 2025, não basta ter mídia. Você precisa ser a mídia.
🎬 De Happy Gilmore 2 ao grid da F1: celebridades estão virando elenco fixo. Não basta mais aparecer no tapete vermelho — agora, toda celebridade quer (e pode) virar personagem. Happy Gilmore 2 é o melhor exemplo disso: Adam Sandler ligou pra todo mundo. De Alex Earle a Travis Kelce. A lista parece um crossover entre o TikTok, a ESPN e o Saturday Night Live. E não é só enfeite. As participações estão amarradas à trama. Alex Earle é host de um reality fake, Kelce é garçom, Post Malone narra uma cena. São inserções que geram buzz, alimentam cultura pop e funcionam como meme pronto. A lógica é clara: Coloque a celebridade dentro da história, não só na divulgação — e o filme ganha corte de TikTok, menção orgânica e uma segunda vida nas redes. Outro que entendeu o jogo? Brad Pitt. Seu novo filme com a F1 também está cheio de pilotos e personalidades reais. A tendência? Misturar ficção com cultura ao vivo, e deixar o casting trabalhar como mídia. Não é mais sobre atuação. É sobre pertencimento cultural.
Outros highlights:
Meta ainda é um monstro. Enquanto todos olham pra IA, a Meta segue crescendo com o velho método: vender ads mais caros (+9%) pra cada vez mais gente. Foram US$ 46,6 bi em um trimestre — 98% só com Facebook, Insta, WhatsApp e cia.
Modelos de IA na Vogue? O público não perdoou.
A Guess usou modelos geradas por IA em anúncio na Vogue US e o TikTok explodiu: críticas por desvalorizar profissionais reais e reforçar padrões inalcançáveis.
eBay sobe 50% ao apostar no que a Amazon ignora.
O foco? Nichos como Pokémon, carros raros e colecionáveis. Enquanto a Amazon generaliza, o eBay hiperespecializa — e isso fez suas ações baterem recorde em 2025.
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BIG STORY
Quão desejado um produto precisa ser... pra acabar?
Ao longo da história, a escassez de algum produto é sempre gerada por um motivo: guerra, clima, conflitos geopolíticos e por aí vai… mas o matcha 🍵 vai na contramão de qualquer uma dessas circunstâncias.
Talvez você tenha conhecido o matcha num latte bonito no Instagram. Talvez num skincare coreano. Ou talvez ele já faça parte do seu ritual diário. O fato é: o chá verde em pó vindo do Japão virou febre no Ocidente. Tem nome, cor, estética, comunidade, lealdade e… escassez.
Ou seja: um produto que, sozinho, conquistou tudo o que uma marca sonha em ter.
Mas nem sempre foi assim. O chá milenar é cultivado em regiões específicas do Japão, com um processo quase cerimonial: folhas colhidas à mão, vaporizadas, secas, peneiradas, moídas com precisão, embaladas com cuidado.
Tudo isso exige tempo — e, principalmente, gente especializada. O problema? Esses profissionais têm, em média, 60 anos. E cada vez menos jovens se dispõem a continuar a tradição.
A conta não fecha… a produção cai:

Enquanto isso, o consumo só cresce…

Com essa equação, o matcha encareceu. Supermercados e cafeterias fazem fila. Os estoques são limitados. O consumidor, antes encantado, agora fica na defensiva. Raciona as porções, reserva a marca “premium” pro fim de semana, escolhe a versão “ok” pro dia a dia… e se irrita com quem exagera no estoque.
Foi o caso da influenciadora Kimi Jayasiri, que voltou da lua de mel no Japão com a mala lotada de matcha. Postou um TikTok. Foi xingada de tudo — de acumuladora a símbolo da ganância bíblica.
O que era sobre bem-estar e estética virou também sobre ética e escassez. O matcha ganhou um novo status: além de consumido, é defendido. Racionado. Protegido. E onde há comunidade e desejo, há espaço — e urgência — pra posicionamento.
A Blank Street Coffee entendeu isso rápido. A rede nova-iorquina queridinha da Gen Z, mesmo com “coffee” no nome, viu seus matcha lattes ultrapassarem o café como item mais vendido. Hoje, suas franquias já movimentam mais de 500 milhões de reais.
🎯 KEY TAKEAWAY:
O matcha mostra como um produto pode ultrapassar o consumo e virar cultura. Quando desejo encontra escassez, o comportamento muda: nasce um senso de comunidade, ética e até proteção coletiva. Nesse cenário, as marcas que entendem o timing deixam de vender um item — e passam a pertencer a um movimento.
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LESSON OF THE WEEK
E se você ainda não vê quem vai dobrar o valor da sua marca?
Seja você empreendedor, estrategista ou brand lover, uma das primeiras perguntas que fazemos ao construir para uma marca é: com quem estou falando?
Naturalmente, entender quem está do outro lado é essencial para comunicar bem. Mas e quando o produto — por identidade ou funcionalidade — começa a atrair um novo público gigante, que nem estava no radar?
🎨 Deixa a gente ilustrar.
A UGG, conhecida pelas botas peludas e quentinhas que dominaram o Tumblr nos anos 2010, está de cara nova — e de público também. Por quê? Porque perceberam uma oportunidade real de dobrar o tamanho da marca: expandir a comunicação para os homens.
Dito e feito. No último trimestre, a linha masculina cresceu quase o dobro da média da marca. A estratégia foi afiada: collabs com nomes como Post Malone, modelos híbridos entre clog e sneaker, e um empurrãozinho do streetwear com o hype da estética “uglycore”. O plano é claro: dobrar de tamanho sem mudar de nome — só de público.
E a UGG não é um caso isolado. Outras marcas que falavam quase exclusivamente com mulheres estão abrindo espaço (e produtos) para os homens — e colhendo os frutos:
A Lululemon já gera 25% das suas vendas nos EUA com a linha masculina.
A Skims, da Kim Kardashian, vendeu cuecas e sold out em pouco tempo.
A Glossier aposta agora em fragrâncias e grooming para todos.

Quem ainda não estamos vendo?
Quantas marcas poderiam crescer simplesmente olhando para um público que não imaginaram antes?
Pense nisso: suplementos como creatina sempre foram associados aos jovens ativos — mas hoje acumulam evidências científicas sobre seus benefícios para idosos. E os brinquedos educativos? Sempre voltados para crianças, mas com enorme potencial para o mesmo público sênior: jogos de lógica, coordenação e memória.
E tem outras marcas no mercado que já passaram por isso — sem querer, acertaram um público novo:
A Crocs nasceu para profissionais da saúde e da gastronomia, mas acabou virando hype entre os jovens fashionistas.
O Gatorade foi feito para atletas de alta performance e virou o melhor amigo da ressaca.
O Bombril, pensado para donas de casa, ganhou lugar em estúdios de arte e oficinas criativas.
Às vezes, a chave para crescer não está em inventar algo novo. Está em olhar de novo pra quem já está olhando pra você.
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BYTES TO BITE
Um giro pelas últimas campanhas de destaque
🛵 E você, vai ficar só com uma opção? 99 Food chegou ao brasil, e a campanha B2B vem forte. Paola Carosella, chef renomada, foi a escolhida pra estrelar o filme que anuncia que seu restaurante estará no 99.
🦶🏻Um novo personagem para o universo de Wandinha… o Pézinho! É a aposta do Nubank para essa campanha de animação.
⚽ Seleção é o terror. Com a chegada da Seleção à final da Copa América Feminina, a Nike lança essa animação fofa e assustadora que retrata as jogadoras como o pesadelo das adversárias.
🐑 Seu novo cortador de grama chegou. Após a proibição de cortadores de grama em certos horários na França, a Leroy Merlin agora aluga ovelhas para fazerem o trabalho. Campanha pra gerar buzz ou serviço eficiente??
💆♀️ Dormir é o novo procedimento estético? Essa semana, a Skims (marca da Kim Kardashian) lançou um produto que parece ter saído direto da gaveta de um cirurgião plástico: uma faixa de compressão facial chamada Seamless Sculpt Face Wrap. A proposta? Modelar seu rosto enquanto você dorme.
🍩 As collabs improváveis da semana: (1) Krispy Kreme x Crocs — Crocs que parecem donuts, cheiram como donuts e ainda vêm com charms de café? Sim.
(2) Oreo x Reese’s — Duas gigantes concorrentes, de empresas diferentes, se unindo? Isso não é só uma collab — é fan service estratégico, moldado a partir de anos de pedidos no TikTok e fóruns de internet. (3) VS x LoveShackFancy — Essa é puro cálculo emocional: Victoria’s Secret quer reconquistar a Gen Z, e LoveShackFancy tem a estética TikTok na veia — rosa, nostalgia e romance teatral.
TRENDING NOW
UM POST
Era assim que a revista Capricho aconselhava mulheres a cuidarem da pele em 1974 (spoiler: com limão)
UM PODCAST
Esse podcast aqui conta a história de uma empresa que transforma influenciadores em sócios de marca desde o dia zero — um novo jeito de construir negócios.
UMA FERRAMENTA
Agora, com essa ferramenta do Tiktok, você pode fazer review de qualquer estabelecimento e muito mais. Adeus, Google Maps.
UM INSIGHT
Pra onde a galera vai viajar? Esses são os destinos mais quentes, as marcas mais desejadas e a companhia preferida.
UM EVENTO
Esse evento é um paradoxo lucrativo: não cobra ingressos, mas fatura mais de US$ 150 milhões por ano com mídia, patrocínios e taxas de cidades-sede.
UM CREATOR
Esse cara é designer há quase 20 anos e explica, sempre de forma divertida e curiosa, sobre a presença do design em fenômenos cotidianos.
ANOTA ESSA
Qual emoção é mais provável de fazer alguém compartilhar algo?
Pesquisadores testaram várias emoções pra entender o que leva as pessoas a compartilhar. E a campeã… não foi nem positiva, nem negativa. Foi awe — aquela sensação de “caraca”, seja por algo lindo, bizarro ou gigante demais pra ignorar.
💥 Uma notícia chocante sobre o futuro da IA.
⚽ Um gol inacreditável.
🌌 Algo que muda como você vê o mundo.
Quando a gente sente algo grandioso, transformador, instintivamente quer que o outro sinta também. Se o gatilho ativa a lembrança, o awe ativa o boca a boca.
Qual foi sua coluna preferida?
O que você achou da edição de hoje?
até segunda-feira que vem, byeeeeee! 👋🏻

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