
Senna Vs. Verstappen: quem é maior?
bom dia. toda vez que a gente mede universos diferentes com o mesmo critério, a pergunta fica menor que a história.. e, no marketing, contexto sempre vence número — não porque números mentem, mas porque sozinhos eles não explicam nada.
da próxima vez que esquecer disso, leia esse livro aqui.
uma fonte de inspiração para os seus conteúdos, estratégia e uma pitada de insights para sua marca. 💭
POLL OF THE WEEK
A China agora exige diploma ou certificação para creators que falam de finanças, saúde, lei e educação.
O que você achou disso?
Conte o porquê e, na semana que vem, vamos compartilhar a resposta e os melhores comentários!
(Continue rolando para ver os resultados do poll da semana passada)
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Agora você também pode nos escutar, clique aqui.
RESUMO DA SEMANA
Hot takes pelo 🌎
🎤 Entrevistas de rua são a próxima grande aposta de conteúdo? Com o feed lotado de AI-slop content — vídeos perfeitinhos e genérico — marcas estão voltando pro básico: câmera na mão, rua e gente real reagindo ao vivo. Why? Porque quando qualquer anúncio pode ser feito por prompt, autenticidade vira vantagem competitiva. E esse formato entrega o que o algoritmo e as pessoas querem: prova social instantânea + emoção cruas e reações naturais. E tem mais: para produtos sensoriais (cheiro, textura, sabor), nenhum CGI vence uma reação humana. (Se aprofunde).
🥤 O rebranding da PepsiCo acerta onde muitos erram. Em vez de só trocar logo pra “parecer moderna”, a PepsiCo usou o refresh pra reposicionar o todo: sair da sombra do refrigerante e relembrar o mundo que ela é um ecossistema de +500 marcas. O insight? Só 21% das pessoas lembravam outra marca do grupo além de Pepsi. O novo branding corrige isso, conecta o portfólio e coloca consumer-centricity e smiles no centro. Num mercado que confunde rebrand com “fonte nova + manifesto genérico”, a PepsiCo fez o básico bem: clareza de portfólio, propósito direto e consistência global. (Se aprofunde).
💦 Como fazer 1 milhão de pessoas experimentarem seu produto? Em 8 meses, sem influenciador e sem mídia paga. A Liquid I.V. acabou de dar uma masterclass. Em vez de anúncios, eles levaram o produto até onde a sede está: lançaram esses Hydratrucks — Caminhonetes customizadas que aparecem em corridas, treinos ao ar livre, festivais… e servem água filtrada + Liquid I.V. na hora. Eles estacionam, abrem a torneira, oferecem a amostra e pronto. Sampling em minutos, no contexto perfeito: quando as pessoas realmente precisam de hidratação. Resultado: 1 milhão de provas de produto em menos de um ano. Em um mundo de scroll, eles venceram com presença física + timing. A tese? Experiência é o novo anúncio, e contexto é o novo alcance. (OFF topic, estamos amando essa editoria deles em social).
👻 Por que todo mundo está obcecado com “K-Pop Demon Hunters”? Porque a animação — que acompanha uma girl group de K-pop que, fora do palco, vira caçadoras de demônios — toca direto em duas ansiedades da nova geração: ser vista (fama, performance, seguidores) e ser aceita como é (vulnerabilidade, identidade, pertencimento). Ela mistura K-pop + mitologia coreana + anime + girl power + drama emocional — e entrega fantasia, música e emoção. E a prova do impacto veio no Halloween: o hype foi tão grande que não tinha fantasia pra comprar. Pais viraram costureiros às pressas, makers imprimiram armas 3D a US$ 750, e fãs produziram light sticks com PVC e plexiglass pra dar conta da demanda. Até a Netflix foi pega de surpresa, o fenômeno explodiu antes do estoque existir.
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BIG STORY
Ayrton Senna x Max Verstappen: quem é maior?

Era 1991. Ayrton Senna lidera a corrida, faltam poucas voltas e o câmbio começa a quebrar. Uma marcha some. Depois outra. E ele precisa terminar a prova praticamente só com a 6ª marcha. A câmera mostra Senna lutando com o carro, suando, quase desfalecendo… e boom: ele vence a corrida em casa.
Ele simplesmente desaba, exausto. O rádio explode. O autódromo vibra. O país inteiro comemora. Ayrton Senna é campeão — não só da prova, mas de uma das vitórias mais emblemáticas da Fórmula 1 até hoje.
Naquela época, quase não existiam câmeras, zero bastidores, nada de redes sociais. A emoção acontecia ao vivo, e quem estava ali vivia tudo em tempo real.
Era como um clube fechado. Poucos tinham acesso ao paddock, às conversas, aos segredos. O resto assistia de longe — TV, revista, pôster. “Domingo” era o produto.
A magia estava no inacessível e o amor ❤️ já era enorme, mas a escala não chega perto do que vemos agora.
Em 1991, eram 70 mil pessoas no autódromo. Este ano, 3,9 milhões já foram às 14 primeiras corridas, média de 278 mil por etapa — 4x mais — frequentadas por Jeff Bezos, Elon Musk, Federer, Tom Cruise … E tem ~826,5 milhões de fãs pelo mundo.
Então o que transformou a F1 no esporte que mais cresce no planeta?

Em 2016, a Liberty Media comprou a F1 por US$ 4,4 bi. A categoria era gigante, mas caminhava para baixo — audiência caiu quase 40% em 10 anos. Faltava conexão com a nova geração.
A estratégia era transformar a F1 em uma liga digital, moderna e acessível.
Primeiro passo: distribuição.
Criaram o F1 TV, entraram no e-sports (80% do público <35 anos), liberaram pilotos e equipes para redes sociais e ajustaram regras para tornar as corridas mais emocionantes.
Mas a verdadeira virada foi a mesma do UFC com The Ultimate Fighter: a F1 criou seu próprio reality — Drive to Survive. Uma série documental mostrando os bastidores do esporte. Humanizou os pilotos e trouxe menos heroísmo e mais identificação, proximidade.
Resultado? a idade média caiu e 1 em cada 3 fãs atuais não assistia F1 há quatro anos. Ou seja, engatou um novo público no esporte.
E a estratégia não parou por aí. Outras frentes:
Hollywood: A categoria era nicho. Para entrar na cultura pop global, precisava atravessar a fronteira do esporte. A aposta? Um filme com Brad Pitt — ninguém faz isso melhor do que Hollywood.
Licenciamentos e produtos: O esporte não acontece todo dia. O consumo, sim. Parcerias com Lego, KitKat, Disney e McDonald's tornam a F1 parte do cotidiano.
Moda & lifestyle: Com sua chegada na moda, os fãs passaram a vestir o esporte. Ele virou identidade e status social, reforçando seu território aspiracional.
Eventos & experiências: Cada GP virou um festival do tamanho do Lollapalooza. Ativações, festas, fan-zones. Experiência física = retenção emocional + LTV do fã.
👉🏻No fim, a Fórmula 1 virou um ecossistema. Mais que isso, virou uma powerhouse global de entretenimento.
E o mercado respondeu: em 2025, patrocínios projetados em US$ 2,9 bilhões. Com Ferrari e Mercedes entre as marcas mais fortes do mundo se associando ao evento.
Percebe o padrão? As marcas que ganham não vendem só produto — elas vendem entretenimento, história, identidade, pertencimento.
Agora voltando pra nossa pergunta…
Senna foi o herói da era centralizada, um mito forjado na escassez, no silêncio, no domingo que parava o país. Heróis eram construídos à distância, na mística, na memória coletiva, no pouco que se via e no muito que se sentia.
Verstappen é o campeão da era descentralizada, moldado pelo excesso, pela câmera que nunca desliga, pelo conteúdo e bastidores. Hoje, grandeza se constrói na transparência, em cada gesto captado, cada conversa gerada, e nos conteúdos sob iluminação permanente.
O ponto não é comparar quem é maior. É notar como cada um traduz perfeitamente o mundo em que nasceu.
Senna pertenceu ao tempo em que o mito vinha da escazzes de conteúdo e Max pertence ao tempo em que o mito vive no excesso de conteúdo.
Dois fenômenos. Duas mídias. Duas narrativas.
Cada um gigante à sua maneira, e espelho fiel do seu tempo.
A Fórmula 1 chega a São Paulo neste fim de semana. E depois de 75 anos, ela está maior do que nunca. Let's have a look nas ativações mais legais ao longo de tempo…
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TRENDING IN EXPERIÊNCIAS
Beyond the Pit
MARLBORO

A Marlboro foi um dos patrocinadores mais emblemáticos e duradouros da Fórmula 1. Mas quando a FIA proibiu propaganda de tabaco em 2007, parecia o fim da era Marlboro nas pistas. Só que não. A Philip Morris, dona da marca, encontrou um jeito de continuar jogando.
Em vez do logo, entrou um código de barras estilizado no carro, uma marca “fantasma” que, a altas velocidades ou nos ângulos certos, lembrava exatamente o triângulo da Marlboro. Subliminar, inteligente e ousado.
MOTOROLA + KITKAT

Falamos no último post sobre como a Fórmula 1 saiu da era dos heróis distantes para a era hiperconectada. E essa ativação de KitKat + Motorola é um bom exemplo disso, na prática.
Hoje, patrocinar F1 não é só aparecer no carro no domingo, é entrar na conversa antes dela começar.
Por isso, ativaram o público antes do hype do GP, usaram o Gabriel Bortoleto como creator, não só como piloto, e entregaram um kit sensorial e exclusivo para influenciadores: smartwatch personalizado, fone e até aroma inspirado em chocolate.
Key takeaway: O valor está no tamanho da conversa e experiência que você consegue gerar.
LEGO

Invés vez de só fazer um simples product placement, a LEGO fez um patrocínio ativo. Eles construíram 10 carros em tamanho real, elétricos e dirigíveis, com quase 400 mil peças cada — e colocaram Verstappen, Hamilton e os outros pilotos para desfilar neles, em versões “infantis” de seus próprios carros.
Ou seja: conseguiram falar com a Gen Alpha e, ao mesmo tempo ativar os adultos pela nostalgia. O produto vira porta de entrada cultural pros dois lados, e mostra que o jogo hoje é entretenimento, não só merchandising.
TAG HEUER
A TAG está na Fórmula 1 há décadas — e o curioso é que ela não entrou como patrocinadora. Ela entrou como ferramenta do esporte.
Antes de aparecer na pista, ela marcava o tempo que decidia quem aparecia no pódio. Foi cronômetro oficial, criou equipamentos usados nas equipes e ajudou a desenvolver a cronometragem ao vivo na TV. Ou seja: a TAG não estava só na corrida — ela fazia a corrida acontecer.

Depois, nos anos 80 e 90, veio a era dos pilotos. A marca virou o relógio de Senna e outros campeões — mais símbolo cultural do que contrato de publicidade. No fim dos anos 80, com a fusão que cria a TAG Heuer, ela entra de vez na F1 moderna: aparece nos carros, financia o lendário motor TAG-Porsche da McLaren e cola seu nome na performance — não só no pulso, mas no motor vencedor.
A partir de 2010, nasce a fase atual: a TAG vira uma marca de lifestyle racing. Mais do que cronometrar tempo ou estar no carro, ela passou a habitar o ecossistema cultural da F1 — com pilotos como embaixadores, presença em paddock, eventos privados, ativações em Mônaco e uma estética alinhada ao universo de luxo e velocidade.

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BYTES TO BITE
Um giro pelas últimas campanhas de destaque
📺 Após quase 30 anos, o irreverente William Bonner deixou a bancada do Jornal Nacional nessa semana. No dia, a Globo faturou 10 milhões com os comerciais veiculados, e entre eles, estavam esse da Amstel, relembando um meme antigo. Aqui você confere outros: Nubank, Pilão e Mc.
🚗 Bole-Thru… neste halloween, o Serasa se reuniu ao BK para essa ação: quem levasse um boleto, ganhava um sanduíche. As franquias lotaram e a ativação foi um sucesso.
👻 Ainda nesse clima… uma curadoria das melhores campanhas gringas deste Halloween: Yahoo e o botão de “reply all”, Columbia e a morte, Disney+ e o Huluween e mais aqui.
🎄 A Sephora quase cancelou no natal… mas a Mariah Carrey deu seu jeito e salvou o feriado. Essa campanha ficou demais.
🦁 Catch me if you CANNES… a agência canadense Zulu soltou esse filme em tom crítico à indústria publicitária obcecada por prêmios e às fraudes em videocases recentes. Nessa prisão, um CCO está entre os criminosos.
🛫 We ❤️ mídia física. Esses OOH's da British Airways são super cool e propõem uma reflexão.
TRENDING NOW
UMA BIZARRICE
Esse noivo pagou seu casamento vendendo seu terno como espaço de mídia. Você faria?
UM PLAYER
O Youtube, que atingiu US$ 10,3 bilhões em receita publicitária no terceiro trimestre.
UM GRÁFICO
Esse é o ciclo de vida de uma trend segundo o Duolingo. Timing é absolutamente tudo.
UM CONCEITO
Você entende mesmo o que é economia da atenção? Então sabe que precisa escolher: luxo, massa, mídia ou assinatura. (Se aprofunde).
UM ESPAÇO DE AD
Pra conseguir chegar no seu destino, vai ter que pagar com a sua atenção antes: apple planeja colocar anúncios no Maps em 2026.
UM NOVO UPDATE
Essas são as três novas ferramentas que a Netflix vai incluir na sua plataforma.
ANOTA ESSA

Ibrahim Khan, Global Vice President Marketing at The Coca-Cola Company, Fanta TM
“Eu gosto de dizer que, como marcas, nós não seguramos mais o microfone.”
Houve um tempo em que a gente fazia um filme, colocava na TV e as pessoas assistiam e eram impactadas, e esse tempo acabou.
Agora são os fãs, os consumidores, que seguram o microfone. Eles veem o conteúdo e depois falam sobre você.
Então, a forma de se manter culturalmente relevante hoje é fazendo coisas realmente autênticas e envolventes para eles, coisas que eles gostam, e aí eles vão falar sobre você.
Semana passada, o time do the news esteve em Nova Iorque com o VP global de marketing da Fanta. Essa foi a resposta dele quando perguntamos como a marca consegue se manter relevante em um cenário de atenção totalmente fragmentada. Veja só.
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LAST WEEK POLL RESULT:
Outubro é mês de planejamento pra 2026. Todo mundo tem uma aposta sobre o que vai ser o grande tema do marketing no ano que vem. Vote e veja o que outras marcas estão apostando.
33.24% aposta em ”Experiências offline ainda mais fortes”. Content marketing e AEO ficam em segundo e terceiro lugar.
“Pessoas precisam de pessoas!”
“Acredito fortemente que o online será ainda a base de muito aprendizado e venda, porém o processo de "personalização" e "vivência" eleva para um nível de valor agregado. Não algo instagramável, mas algo vivo, que traga experiências e crie memórias no offline.”
“2025 será o ano em que marcas param de perseguir "o próximo TikTok" e começam a construir propriedade intelectual própria. Content Marketing é o veículo disso.”
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