COFFEE TALK

Marcas de autoexpressão: O caminho para conquistar fãs

Por Helena Bezzan

Como criar uma marca que tenha fãs? Como estrategista de marca eu posso te afirmar que essa parece ser a pergunta do milhão, mas a resposta para ela é mais simples do que parece.

Quer ter pessoas tatuando seus símbolos, repetindo suas frases e formando uma legião de fãs? Crie uma marca que as represente. Crie uma marca de autoexpressão.

Comprar de uma marca de autoexpressão é como dizer: "Isso aqui me representa". Não é só o produto que importa — é o que ele diz sobre quem usa.

Pensa comigo: toda vez que a Nike lança um comercial daqueles que te dão vontade de chorar e, logo depois, correr uma maratona, você sente o poder da marca. É mais que tênis ou roupas de performance. É sobre acreditar que você pode ir além, e quem não quer fazer parte disso?

Essas marcas têm um poder único: transformam consumidores em fãs. Elas não competem por preço, mas por conexão. Criam símbolos que as pessoas usam para contar suas histórias e se diferenciar.

Construir uma marca de autoexpressão exige mais do que um bom produto. É sobre liderar uma tribo, ser um espelho das aspirações mais profundas do seu público e mostrar que ele pertence a algo maior. É isso que cria fãs de verdade.

LET'S TALK DIGITAL

🇧🇷 Brasil, mostra teu tempo de tela

Esse é um daqueles chutes fáceis de acertar, já que o Brasil é o terceiro país na lista dos mais cronicamente online do mundo, perdendo apenas para o Quênia e África do Sul. E nesse pódio a gente ainda ocupa bons lugares:

• Somos o país com o maior número de influenciadores digitais no Instagram, sendo 500 mil.

• Lideramos o ranking de país mais influenciado por influencers — em 2022, 43% dos brasileiros consideravam ter feito alguma compra pela indicação de alguém da internet.

• Esse ano, contamos com cerca de 187 milhões de usuários ativos em redes sociais, o que é 87% da população total — e explica o engajamento absurdo no post de Fernanda Torres feito pela Academia semana passada.

O Brasil tem essa cultura: a de se unir massivamente online quando a ocasião é falar de nós mesmos. Nessas situações, a polaridade que perdura toda nossa extensão parece desaparecer: nos tornamos um só. Basta sermos notados pela comunidade internacional para que o patriotismo transpareça: como no delírio recente pelo Bruno Mars e no sonho de um Oscar na categoria de Melhor Atriz para chamar de nosso.

• Enquanto uns fazem do tempo de tela um luxo, outros encontram ali o único espaço gratuito para aprender, trabalhar ou sonhar com um futuro diferente. Talvez, seja por isso que creators de ostentação, como a Virgínia, façam tanto sucesso: para quem não consegue pagar pelo luxo, assistir o luxo do outro é o único entretenimento possível.

Zoom out: Coincidência ou não, Quênia e África do Sul são países que tem IDH médio ou baixo, ou seja, passam pelo mesmo problema de desigualdade social.

No final das contas, a pergunta não é quanto tempo de tela gastamos, mas sim, como usamos esse tempo. As redes podem ser palco de consumo inconsciente, mas também de transformação social. Cabe a nós — e às marcas que fazem parte desse espaço — decidirmos qual dessas narrativas vamos amplificar.

TREND TO WATCH

“Hello moto!” 👋🏻 Ringtones estão de volta?

Nos anos 2000, ringtones não eram apenas toques de celular — eles eram um fenômeno cultural e uma mina de ouro para a indústria da música. Um exemplo marcante foi a música “Public Affair”, de Jessica Simpson, em 2006.

• O diferencial? A primeira linha do segundo verso, “Hey, baby”, foi adaptada para incluir nomes próprios, criando mais de 500 versões que viraram toques personalizados para milhares de fãs. Uma jogada de marketing genial.

Naquela época, ringtones eram indispensáveis. Em 2007, esse mercado movimentou impressionantes US$1,6 bilhão, gerando mais receita que álbuns digitais e downloads de singles.

Mas será que eles realmente sumiram? Aplicativos como Ringtones e Garage Ringtones estão revivendo o mercado. O primeiro já soma mais de 50 milhões de downloads desde 2013, enquanto o segundo saltou de menos de 100 mil para quase 12 milhões de downloads anuais em 2022. Seria esse um surgimento de um novo mercado de nicho?

O futuro dos ringtones

Embora o mercado de ringtones não tenha sido alimentado pelas grandes empresas da música, ele encontrou terreno fértil entre desenvolvedores independentes e produtores autônomos. Após 20 anos de altos e baixos, será que o mercado global de ringtones está próximo de uma estagnação ou de um ressurgimento, onde a alta da nostalgia o ajude a sobreviver?

👉🏻 Conta aqui para a gente o que você acha.

FUN OF THE WEEK

Guess the number

Funciona assim: nós te contamos um número mentiroso. Aí você advinha se o número real é maior ou menor do que nossa afirmação.

🎨 25 mil: Quantidade de CNPJ's de agências publicitárias no Brasil.
🎞️ 130: Quantos leões de Cannes o Brasil levou pra casa na edição de 2024.
🚬 1996: Ano em que propagandas televisivas de cigarro se tornaram ilegais no país.

(Continue rolando para descobrir a resposta.)

TRENDING NOW

Ficou quente aí?

Ahhh, o verão... cerveja gelada, praia, calor, carnaval, festas, Natal, família... Vamos combinar: essa época do ano no Brasil é diferente. Tem aquele calor no coração, uma energia que faz todo mundo querer aproveitar a vida ao máximo. E não somos só nós que mudamos — as marcas também entram no clima e celebram junto.

Veja aqui 👇🏻 como algumas já estão esquentando os motores para este verão.

BYTES TO BITE

Um giro pelas últimas campanhas de destaque

⚽ Sem gol não dá. A Fiat acabou interrompendo um gol do Botafogo ao passar aquele comercial dos carros híbridos. Um dia depois, interromperam o próprio comercial para reprisar o gol, como desculpas à torcida. O resultado? 3,3 mil menções à marca no X.

🥪 O delivery internacional. A Katz's, delicatessen mais famosa de NY, lançou seu primeiro comercial e anuncia um box de produtos da loja. Cool and fun.

🥺 De chorar. Apple fala sobre a perda auditiva e sua ferramenta de audição do AirPods Pro 2 nesse comercial temático de Natal.

🚗 It's a movie. Chevrolet criou um verdadeiro filme que conta a história de pai e filho em uma celebração de Thanksgiving.

🧴 Quando a lógica se inverte. Boticário lança comercial para o Natal, junto com a AlmapBBDO, desafiando o convencional: o que acontece quando os filhos precisam lidar com o envelhecimento e cuidado dos pais?

🥤 O copo do GOAT. Stanley se uniu ao grande jogador Lionel Messi e criou uma linha completa de produtos.

TRENDING TOPICS OF THE WEEK

Marcas precisam seguir a cultura 🔥

Para sempre ficarmos de olho nos principais assuntos abordados, deixamos aqui os que ficaram mais em alta segundo o Google Trends nesta última semana (top 5):

1. Clubes de futebol (Criciúma, Real Madrid, Botafogo, Grêmio…) ⚽️

2. Copa Libertadores 🥅

3. Black Friday 🤑

4. Dólar (Moeda americana) 🇺🇸

5. Dezembro 📆
   

Before 👋🏻 coisas que você precisa saber

🔥 O patrão ficou loooouco. Com 11% de crescimento nas vendas online, essa Black Friday foi a melhor em vendas desde a pandemia. A marca dos 8 bi superou as expectativas dos varejistas. E o seu time, bateu a meta aí?

🪩 They are the moment. Veja aqui um dump de marcas que são o puro suco da Gen Z e tem conseguido captar a atenção do mercado como um todo. Se inspire.

👜 É tiro pra todo lado. Uma mesma marca consegue ter uma cafeteria, vender artigos de casa, promover corridas, fabricar tênis, peças para SKI e alto verão? Clique aqui e descubra quem é que tem feito isso com maestria.

RESPOSTA DA CHARADA

🎨 Maior ⬆️ São exatamente 36.103 empresas inscritas como agências publicitárias no Brasil.
🎞️ Menor ⬇️ Levamos 92 leões.
🚬 Maior ⬆️ Em 96, as propagandas passaram a ser permitidas apenas durante a noite, e em 2000, foram proibidas de vez.